O desfecho da crise política depende de uma série de desdobramentos previstos para os próximos dias, mas desde já o país precisa se mostrar preparado para garantir a governabilidade. Essa é uma questão que não diz respeito apenas a um Congresso fragilizado por denúncias e interesses diversificados, mas a todos os poderes e líderes em diferentes áreas de atuação preocupados em reduzir os sobressaltos nas áreas política e econômica. A saída para o impasse é assegurar um pacto em favor de medidas que contribuam para tirar o país da estagnação e para reduzir o desemprego.
Ninguém pode ter dúvida de que um agravamento da situação atual, pouco mais de um ano depois de um desgastante processo de impeachment, tende a prejudicar justamente quem tem menos condições de se defender das consequências. Nesse momento, portanto, é preciso assegurar o pleno esclarecimento das graves denúncias relacionadas à delação da JBS, assim como o exercício do amplo direito à defesa de todos os envolvidos. Mas, desde já, o país precisa encontrar alternativas factíveis para permitir uma transição segura até o final de 2018.
Acima de nomes, a prioridade deve ser a busca de consensos mínimos, sempre em respeito às instituições e à Constituição, para permitir o enfrentamento da crise com o mínimo de custos. A hora é de grandeza e de desafio aos líderes compromissados efetivamente com o futuro do país, incluindo políticos dos quais depende a aprovação de reformas estruturais.