Caminhamos para uma economia de automação elevada, trabalho reduzido e abundância de bens e serviços baratos e gratuitos, com equipes cooperativas, autogeridas, não hierárquicas, formas mais avançadas de trabalho. Quem diz isso é Paul Mason, escritor e jornalista inglês, autor do livro Pós-Capitalismo. Ele defende que o capitalismo está terminando, pois vivemos em um mundo desequilibrado, onde a desigualdade global vai aumentar 40%. O sistema nunca mais vai recuperar seu dinamismo. O Estado, provavelmente, vai ficar menos poderoso com o tempo e suas funções serão assumidas pela sociedade. Mason mostra que as tecnologias que criamos não são compatíveis com o capitalismo. "A tendência espontânea da informática é dissolver mercados, destruir propriedade e romper a relação entre trabalho e salário. A informática reduziu a necessidade do trabalho, obscurecendo a fronteira entre trabalho e tempo livre. Os bens de informação estão corroendo a capacidade do mercado de formar preços corretamente. Isso porque os mercados se baseiam na escassez, ao passo que a informação é abundante. Uma economia da informação não pode ser compatível com uma economia de mercado".
Entre os indicadores do fim do capitalismo estão a ascensão espontânea de produção cooperativa: bens, serviços e organizações que não mais respondem aos ditames do mercado e da hierarquia. Moedas paralelas, bancos de tempo, coletivos e espaços autogeridos proliferam. Novas formas de propriedade, de empréstimo, de contratos, uso do transporte. Expressões como "bens comuns" e "produção de parceria" passaram a circular. Ao criar milhões de pessoas interligadas em rede, com a totalidade da inteligência humana ao alcance de um toque de dedo, o infocapitalismo gerou um novo agente de mudança: o ser humano instruído e conectado. "Nenhuma geração anterior foi exposta a uma aceleração tão extraordinária do poder tecnológico sobre a realidade". A rede nos habilitou a produzir e consumir conhecimento. Quanto mais pessoas se juntam à rede, mais útil ela se torna para o mundo. Os trabalhos semiqualificados se tornarão automatizados, restando apenas os muito bem e os muito mal pagos. As pessoas estão intercambiando bens, trabalho e serviços, mas não através do mercado e não do interior de organizações típicas. Boa parte do que estão fazendo parece ser feita de graça. Novos tipos de pessoas estão sendo criadas pelas economias de rede. O lucro vai derivar do empreendedorismo, não do rentismo, defende Mason.
E isso está chegando até nós!