Não são necessários mais números para reconhecer que o crime no Brasil, por ter sido banalizado ao longo dos anos, levou a insegurança na cidade de Porto Alegre a atingir tal patamar, que até já se diz, agora, ter ultrapassado a da cidade de São Paulo, nossa maior metrópole.
No Brasil de hoje, são assassinadas mais de 150 pessoas por dia, ou seja, 50 mil por ano, o que supera em número as últimas guerras, e Porto Alegre se avoluma nesses números... quase uma guerra civil!
Crimes, assaltos, tiroteios e barbárie compõem todo este clima de insegurança em que vivemos a cada dia como resultado de uma política do faz de conta que há anos se arrasta com penúria de recursos, acumpliciada à impunidade e à falta de interesse político em soluções mais pertinentes.
O Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP) que há anos vem sendo uma esperança para atender às nossas necessidades, e que mais parece um paliativo oferecido a uma doença grave, não avança no diagnóstico, mas apenas passa a ideia de que tudo logo será solucionado; sucedem-se as promessas, com mais leis e mais burocracia, mostrando que o problema não está nas leis, que, já sendo tantas e tão suficientes, até atrapalham quando queremos fazer cumpri-las.
Os órgãos de segurança, e alguns políticos, parecem não mais considerar os pequenos delitos, como se todo criminoso já começasse grande; a impunidade dos pequenos estimula o atrevimento dos grandes, que se organizam cada vez mais e se revezam no dia a dia de uma sociedade assustada que já não se conforma com o "prende e solta", ainda mais quando os crimes são quase sempre praticados pelos mesmos.
Enquanto as autoridades discursam, teorizam e legislam sobre segurança, a bandidagem, confiante na impunidade, segue delinquindo e debochando dos órgãos de repressão que, trabalhando na penúria, pouco podem fazer contra a escalada da violência; insegurança se combate com dinheiro e tecnologia, com efetivo adequado de policiais, se revezando num trabalho ostensivo e permanente. Neste terreno, é perigoso remendar para tentar ir empurrando com a barriga.