Enquanto os serviços de meteorologia desenvolvem avanços técnicos, que permitem prever a chegada do mau tempo com bastante antecedência, as administrações públicas ainda dependem da sorte e do improviso para enfrentar transtornos causados por intempéries. É o que se constata agora no Rio Grande do Sul, onde as chuvas acompanhadas de vento foram anunciadas com quase uma semana de antecedência, mas os governantes e os órgãos públicos não conseguiram evitar alagamentos, engarrafamentos de trânsito e outros danos causados à população, incluindo cortes de energia elétrica.
Os problemas, já conhecidos, ganham ainda mais relevância num momento de definição sobre os futuros gestores dos municípios, alguns dos quais ainda na dependência de nova votação em segundo turno. Muitos dos transtornos que poderiam ser evitados em épocas de temporais previsíveis como a atual são da alçada direta dos municípios, aos quais competem ações como podas de árvores e rede de esgoto pluvial em condições de dar vazão adequada a um maior volume de água como o provocado por chuvas intensas.
Chama a atenção que, assim como ocorre no caso da energia elétrica, de responsabilidade das empresas do setor, também em outras áreas faltam medidas preventivas básicas. E, quando os problemas ocorrem, fica evidente a demora para repará-los, num duplo desrespeito aos contribuintes e usuários desses serviços.
Cada vez mais, os gestores públicos precisam se antecipar a danos que, por serem previsíveis, podem ser evitados. Os contribuintes têm direito a um melhor atendimento.