A prisão preventiva do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), determinada ontem pelo juiz federal Sergio Moro no âmbito da Operação Lava-Jato, tem um impacto que vai além da punição de um político transformado em símbolo da corrupção. Definido como "delinquente" pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o acusou também de ter transformado a Câmara num verdadeiro "balcão de negócios", o parlamentar cassado chegou a ser o terceiro na linha sucessória do país. Nessa condição de peso-pesado da política, comandou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e contribuiu para levar seu correligionário Michel Temer ao poder. Um mês depois da perda do mandato do ex-todo poderoso de Brasília, a prisão de um peemedebista influente contribui também para atenuar as queixas de perseguição a partidos específicos, comumente atribuída à Lava-Jato.
Editorial