No ano de 1966, os Beatles lançavam seu álbum Revolver, que tem entre suas canções Taxman (Homem dos Impostos). Os Beatles começaram pequenos. Eram como uma startup, uma pequena empresa. Seu produto era ótimo e os fez alcançar o sucesso global. Cresceram até se tornarem uma grande empresa, e as quatro famílias empresarias certamente enriqueceram com o suado trabalho dos garotos de Liverpool.
A brilhante letra composta por George Harrison começa assim:
"Deixe me dizer a você
Como isso vai ser
Um para você
Dezenove para mim
Porque eu sou o homem dos impostos
Sim, eu sou o homem dos impostos
Se cinco por cento lhe
Parecer pouco
Fique agradecido
Por eu não pegar tudo"
Eles estavam reclamando da alta tributação sobre sua renda, que, à época, acima de determinado valor, poderia chegar a 95%!
Geniais como sempre, os Beatles continuam atuais, pois não são poucas as situações onde o Programa de Repatriação de Ativos pretende tributar quase integralmente os contribuintes que, procurando preservar seu suado dinheiro da deterioração do poder de compra em época de hiperinflação no Brasil, por exemplo, transferiram recursos para, digamos, bancos uruguaios.
Igualmente, a letra serve perfeitamente para a renovada iniciativa de instituir imposto sobre "grandes" fortunas. Ninguém precisa ter sucesso no nível dos Beatles para acumular patrimônio de R$ 2 milhões, valor considerado como grande fortuna em um dos inúmeros projetos de lei em tramitação. Para o homem dos impostos no Brasil, você já é um milionário astro de rock.
"E o meu conselho
Para os que morrem
(homem dos impostos!)
Declarem os centavos
Nos seus olhos
(homem dos impostos!)"