O New York Times de 31 de julho publicou dois artigos sobre aprendizado. O da professora da Berkeley Alison Gopnik diz que crianças aprendem há milhares de anos, escolas só surgiram recentemente. Há séculos aprendiam observando a família, brincando com seus instrumentos. Na era da informação é diferente. A preocupação de pais e autoridades é com o que e como ensinar, escola é vista como o lugar para isso. Experimentos mostram que crianças de um ano e quatro meses aprendem física e línguas estrangeiras por observação. Crianças de menos de um ano observam, agem, testam quês e porquês. Mostram que observação leva a descobertas e criatividade. Imitação sem desafios leva à repetição. Não temos que fazer criança aprender, nós temos que deixá-la aprender. Nossa era exige mais inovação, menos imitação.
A outra matéria descreve pesquisa feita com estudantes da China por pesquisadores da Stanford. Estudantes chineses de primário e secundário saem-se melhor do que seus pares americanos e russos em testes internacionais que medem pensamento crítico em leitura, ciências e matemática. No nível seguinte, esta vantagem cai muito. O ensino perde em qualidade e desafio, priorizam pesquisa, transmitem informação. A China quer reagir à queda no crescimento através de um maciço programa de educação superior. Em oito anos, aumentou de 3,5 para 24 milhões as vagas em universidades.
A busca de soluções passa pela educação. A escola pode ajudar ou limitar o aprendizado. Família presente é instrumento poderoso com atenção, amor e convivência.
Se aprender é observar e fazer descobertas, a Olimpíada oferece lições de convívio e congraçamento, esforço, dedicação para fazer bem, atingir e superar metas, lidar com sucessos e insucessos. Ha bilhões de pessoas vendo e aprendendo.
Isso se opõe a insegurança, crimes e desvios a que somos expostos. Professores sentem vergonha de declarar a profissão, recebem remuneração irrisória e parcelada, fazem greves. Ainda se discute escola sem partido. Estamos longe da educação que liberta para aprender.