De que adianta internet, fibra ótica, satélites, drones e supercomputadores se não somos capazes de evitar as tragédias que vêm se repetindo quase semanalmente? Está mais do que na hora de os países e a comunidade civil se envolverem diretamente no combate ao terrorismo e usar da inteligência e da tecnologia para coibir grupos e indivíduos criminosos. Para começar, a ONU poderia criar um departamento de contraterrorismo e coordenar a criação de um super cadastro abrangendo todos os recantos do planeta, gerando um imenso banco de dados de 7,5 bilhões de pessoas, de modo que aqueles que eventualmente ficassem de fora do cadastramento já seriam os primeiros investigados pelas autoridades competentes.
O caso recente de Nice é emblemático da insuficiência do monitoramento de grupos extremistas e de seus membros. Assim como o "Caminhoneiro da Morte" não estava listado nos sistemas de rastreamento das autoridades francesas, não se sabe quantas e muito menos quem são as pessoas que agem sozinhas como "lobos solitários", sem qualquer ligação com o Isis, a Al Qaeda ou o Boko Haram, dificultando ainda mais a ação policial.
O certo é que a comunidade internacional não pode continuar assistindo a essas atrocidades passivamente. O terrorismo praticado na Turquia, em Bangladesh ou na França deve ser tomado como uma questão além-fronteiras, merecendo a prioridade máxima de toda população e de seus representantes, no sentido de um esforço multilateral para pôr um fim ao covarde morticínio de inocentes.