Quatro anos é muito tempo. Que dirá 12 anos como o caso de um prefeito que só vai como um caminhão atolado, puxado a trator. Crime, crime, não chega a cometer, mas é um desastre sua administração.
Daí porque se alguém observa que se enganou ao eleger um inapto, ou malfeitor, é injustiça ter que esperar que termine seu mandato, daninhando e desviando verbas.
Pronto: algumas nações estabeleceram o recall político. O gestor não precisa de ser acusado de roubalheira, basta que incorra nas hipóteses previstas em lei e um mínimo de eleitores se insurja.
Mediante regras estabelecidas, mete-se-lhe um recall nele e se aborta o período de mandato.
Veja-se o caso de nossa presidente.
Como não temos parlamentarismo, que também é complicado, como não há uma gravação ou filmagem que a mostre em atitude criminosa (tenho-a como honesta), a inventiva brasileira (como fez criando o cheque pré-datado) descobriu o recall heterodoxo.
Dona Dilma não deu certo, há desemprego, desespero, estradas em frangalhos, o dólar subindo, empreguismo, corrupção, fazer o quê? Esperar o Titanic afundar com os músicos tocando o "Mais perto do meu Deus", lá na proa já na vertical?
A saída foi o recall político, sem referendo revocatório e nem abberufungsrecht, que é o instituto alemão.
O nome é impedimento, mas a essência é o recall político.
Estarei em erro, como dizia o ministro Brossard?