Com total indignação li na ZH deste fim de semana que o Cpers está convocando professores e alunos para um dia de paralisação geral no primeiro dia letivo de 2016. O que realmente esperam com isso? O que acham que vão conseguir com um dia de paralisação a não ser desestruturar as famílias que estão prontas para enviarem seus filhos para a escola, frustrar os alunos que esperam ansiosos pelo retorno, "roubar-lhes" um dia de aula? E não me digam que o recuperarão depois porque isto nunca acontece com a qualidade que se espera. Esta paralisação é algo que não tem lógica, a não ser que a finalidade seja gerar tumulto, enfrentamento, e... desculpem a sinceridade... confusão e desordem!
Uma caminhada de 40 anos no magistério estadual, sem nunca ter participado de greves, me dá total e pleno direito de me manifestar.
Dirão os mais acirrados: "Mas beneficiou-se de todas as vantagens que conseguimos"? Sim! Beneficiei-me, não nego. Mas ainda que não me tivesse beneficiado, não me afastaria um só milímetro da posição que sempre assumi em relação a essa prática. Sabemos, quando fazemos o concurso, quanto vamos ganhar e nenhuma cláusula nos proíbe de que, em não estando satisfeitos, procuremos alternativas de melhores ganhos fora da sala de aula ou dentro dela em uma instituição particular de ensino.
Professores, colegas, reconheço que merecemos mais, muito mais, do que ganhamos! Mas hoje, mais do que nunca, sabemos, também, que o RS está falido, não adianta fazer greve!
Ao invés de nos unirmos como grevistas, vamos nos unir como educadores que possibilitem uma vida acadêmica de excelência aos nossos alunos e com isso lhes permitamos viver um futuro com múltiplas oportunidades e muito mais justo que do nosso.
Repito o que digo há mais de 40 anos: quem não está contente com a situação atual, que reconheço não é, e nunca foi compatível com o que merecemos, tem todo o direito de buscar no mercado de trabalho condições que considere melhores. É só pedir exoneração, correr atrás, conseguir e retomar uma nova vida. Só, por favor, não prejudiquem nossas famílias, crianças e adolescentes!