O Ministério Público Federal alcançou o número de assinaturas que autorizarão a proposta legislativa de iniciativa popular para dar ao Brasil um novo padrão de eficiência no combate à corrupção. Inspirados pela Operação Lava Jato, os procuradores da República mobilizaram outras instituições, que aderiram à luta pelo apoio da população a dez medidas que ensejarão combate à impunidade e resposta verdadeira à criminalidade sofisticada dos barões do colarinho branco.
Disso resultou que a exigência constitucional de 1% do eleitorado, distribuído em pelo menos 5 estados, com pelo menos 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades federativas fosse atingida antes do que se previa. E se já passaram de 1,5 milhão de eleitores oferecendo seus nomes para a legitimação dos projetos, muitos mais ainda poderão assinar, bastando acessar o site mpf.mp.br para preencher o formulário da campanha, que ficará disponível mesmo durante a tramitação no Congresso. Quanto maior o número de eleitores participantes, mais viável a sensibilização dos parlamentares, que, mesmo com alguns contrariados, responderão favoravelmente ao clamor das ruas e à indignação da cidadania.
Pena que fomos poucos em nome do Rio Grande. E faço aqui mea culpa. Assinei agora, enquanto escrevo este artigo, alertado pelo procurador Alexandre Schneider, que festejava a vitoriosa jornada empreendida pelo MPF. Nosso Rio Grande está atrás de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará, em números absolutos. Percentualmente, estamos atrás de Tocantins. De mais de 8 milhões de eleitores, apenas 42 mil gaúchos assinaram. E somos politizados, queremos combater de verdade a corrupção e nossa pretensão é curar o Brasil dos males que nos atordoam e perturbam a democracia. Vamos ter esse direito, vamos tornar legítima nossa participação. O conjunto de medidas anticorrupção que as leis de iniciativa popular oferecerão ao país tem que ter, no tamanho devido, a assinatura gaúcha também.