Vencedor do prêmio especial do Cirque du Soleil e do Nariz de Prata no Festival de Monte Carlo em 2006, Marcio Libar é um dos palhaços mais reconhecidos no mundo.
Expulso do colégio no segundo ano do Ensino Médio, nunca mais voltou a estudar formalmente. Assim, passou a se dedicar a ler e aprender aquilo por que sempre foi apaixonado: o teatro e a arte da palhaçaria.
- Eu nunca tive plano "B", sempre quis ser o Neymar do teatro - exemplifica.
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Para se tornar um especialista na arte de fazer rir, passou uma temporada na Itália estudando com Lenny Colombaioni, um mestre no assunto, e descobriu seu macete:
- É tudo conexão e timing. Rir é muito fácil se a gente consegue se conectar. Como palhaço, eu tenho que manter esse território por uma, duas horas. No final, é tudo melodia, harmonia e ritmo. É a mesma linguagem da música.
No Rio, sua terra natal, Libar realiza, a cada 15 dias, o Grand Cirque du Messiê Loyal, uma experiência imersiva em que 10 pessoas passam um final de semana juntas, sendo, ao mesmo tempo, protagonistas, coadjuvantes e espectadores. O picadeiro do Messiê, personagem interpretado por ele desde 1998, já mudou a percepção de mundo de atores como José Mayer, Leandra Leal e Ingrid Guimarães.
E, no boca a boca, a fama do palhaço foi interessando a gente de todas as esferas: psicólogos, empresários, jogadores de futebol, lutadores, detentos...Aliás, uma das graças da coisa é que só pode participar do jogo quem for convidado por um ex-participante.
- A minha oficina no Rio já passou por Cidade de Deus e Leblon. Meu trabalho foi além do picadeiro, acabei desenvolvendo uma filosofia, uma pedagogia e um sistema - avalia.
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Foi assim que, via a escola de criatividade Perestroika, o reality game, como é chamada a função, acabou chegando a Porto Alegre - primeira cidade fora da capital fluminese que recebeu o projeto. A edição foi um sucesso por aqui e o plano agora é transportar o "circo" pelo país, com paradas iniciais em São Paulo e Brasília. Ele atribui parte da fama às redes sociais, que, aliás, também foram fundamentais para conectá-lo novamente com a sua filha, Giuliana Libar, de quem ele havia se separado logo após o nascimento. A história da dupla deve virar filme em 2016, quando Libar completa 50 anos de vida, 30 de carreira e lança um programa de potencialização personalizado, em parceria com Fernando Gonçalves, ex-diretor-executivo da Traffic Sports, para quem busca a alta performance na área que for.
- Pelo Orkut achei a minha filha, que hoje é minha principal parceira e trouxe para o meu trabalho essa inteligência de rede, que me deu uma propulsão ainda maior. Acredito que as redes sociais podem trazer relações mais interessantes do que podemos imaginar. Reflete a vida real, em que as pessoas também estão ali, com os seus perfis, mostrando o que é mais bonito, curtindo, comentando e compartilhando - diz Libar.