Os torcedores políticos adoram o debate sobre o Estado mínimo. As análises apaixonadas da esquerda à direita ou dos comunistas aos capitalistas ficam centradas no tamanho da estrutura pública: número de funcionários, secretarias, pedágios e estatais. Sem dúvida o custo é essencial, mas o principal precisa ser o resultado. Nós pagamos por um Estado grande e vivemos num Estado mínimo, ou nem com o mínimo.
O Gaúcha Atualidade desta quarta-feira ouviu uma mãe que espera desde março o início das aulas de 2015 para a filha de 5 anos. Ela está matriculada na Escola Estadual Japão, em Porto Alegre, e não frequentou o colégio num único dia neste ano. Sem professor, as crianças do turno da tarde do ensino infantil permanecem em casa.
A Alecsandra Leffa já guardou o material escolar da pequena Bianca, de 5 anos. A mãe não tem mais respostas para a menina que pergunta sobre as aulas. Ela saiu para as férias em dezembro de 2014 e não pode retornar. A Secretaria Estadual da Educação deixou chegar ao fim de agosto sem conseguir solução.
A resposta para a Bianca é simples, mas de difícil compreensão para uma menininha. Ela vive num Estado que deixa de oferecer o mínimo. A rede estadual perde qualidade ano a ano. Nossa segurança é uma tristeza. A saúde exige paciência daqueles que procuram atendimento. O governo precisa focar nestas três áreas.
Enquanto crianças ficarem em escolas ruins ou sem terem aulas, o resto é perfumaria.