Por Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte e secretária do Conselho Editorial da RBS
Para que serve o jornalismo em uma emergência climática extrema?
Em momentos agudos como o da tragédia que infelizmente assola o Rio Grande do Sul mais uma vez, em primeiro lugar, serve para ajudar as pessoas a sobreviverem: para onde ligar se precisar ser resgatado. Quais estradas estão interrompidas. Qual a probabilidade de os rios subirem em determinados lugares e quando a evacuação deve ocorrer.
Em momentos como este, a diretriz nas redações segue esta prioridade: primeiro, o que chamamos de “serviço e alertas”: tudo o que ajudará as pessoas a sobreviverem e a passarem melhor pela emergência, como neste momento dramático como nunca se viu no Estado.
A segunda prioridade é mobilizar pela solidariedade e pela reconstrução. O tamanho desta tragédia ainda não permitiu que se entrasse de vez nesta frente, porque a situação ainda está muito crítica. Mas, assim como fizemos nos últimos eventos climáticos graves, o Grupo RBS novamente vai ajudar de todas as maneiras para que o Rio Grande do Sul se una em esforços para, mais uma vez, recuperar as cidades, as estradas, as pontes, as casas, o comércio etc. E isso se faz com o clamor pelas doações, nos locais adequados, sempre em compasso com a Defesa Civil. Fazemos isso por meio da campanha e dos programas Ajuda Rio Grande.
A sensação de impotência e o pesar pelas perdas de vidas são gigantescos. Mas seguiremos trabalhando duro para que o jornalismo cumpra seu papel em mais este desafio extremo do Rio Grande do Sul.
Nos últimos dias, RBS TV, Gaúcha, GZH, Zero Hora, Diário Gaúcho, Pioneiro voltaram 100% dos seus esforços para informar, informar, informar. Derrubamos programações normais para, em todos os espaços possíveis, levar ao público o máximo de informações. Autoridades não têm como fazer chegar à população imediatamente, salvo por meio dos veículos de comunicação de jornalismo profissional, as mensagens que precisam ser transmitidas.
Foram centenas de repórteres, apresentadores, editores, cinegrafistas, fotógrafos, comunicadores, em dezenas de cidades diferentes do Estado, para trazer o quadro completo, minuto a minuto.
Por mais que nos esforcemos, com todas as nossas equipes junto à população, numa catástrofe como esta nunca parece ser suficiente. A sensação de impotência e o pesar pelas perdas de vidas são gigantescos. Mas seguiremos trabalhando duro, no que é nosso papel, de tentar informar e mobilizar ao máximo, para que o jornalismo cumpra seu papel em mais este desafio extremo do Rio Grande do Sul.
• Leia a Carta da Editora Dione Kuhn à página 4 com depoimentos de nossos repórteres e comunicadores.