Por Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte e secretária do Conselho Editorial da RBS
Com apenas 14 anos, Maurício Sirotsky Sobrinho, o fundador da RBS, começou sua carreira precoce de comunicador, quando criou em Passo Fundo “A voz do poste”: um alto-falante pendurado no meio da praça central da cidade. Corta. A cena avança algumas décadas. Nesta semana, na mesma Passo Fundo, a RBS criada por Maurício lançou a expansão de GZH: um veículo digital, que leva notícias não para uma quadra, mas para, virtualmente, o mundo inteiro.
Do alto-falante ao aplicativo digital, a RBS está sempre mudando, inovando, ousando, se transformando para acompanhar o leitor, telespectador, ouvinte em seus hábitos de consumo de informação. Uma coisa, no entanto, nunca mudou: a crença no jornalismo profissional e no poder das notícias locais. Mais do que nunca, essa aposta segue válida.
O jornalismo local, ou seja, ter ainda mais notícias de cada região do Estado, é o oposto do deserto de notícias
Em todo o mundo, estudiosos da comunicação alertam para um fenômeno perigoso. O deserto de notícias. É o nome dado a regiões do planeta em que não há sequer um veículo de comunicação, seja rádio, TV, jornal ou site, para fornecer notícias locais. Perigoso porque comunidades precisam de informação precisa e de qualidade sobre o que acontece nos arredores para tomar pequenas e grandes decisões, como a escolha do melhor trajeto, caso uma rua tenha trocado de mão, ou do candidato a prefeito. Como sobreviver sem informações da nossa aldeia, nossa cidade, nossa região? O jornalismo local, ou seja, ter ainda mais notícias de cada região do Estado, é o oposto do deserto de notícias. E a RBS investe para se ter ainda mais conteúdo tanto da Região Metropolitana, quanto do interior do Rio Grande do Sul.
GZH Passo Fundo, a primeira iniciativa de expansão de GZH, por acaso ocorre no mesmo local em que Maurício iniciou suas atividades, mas não por acaso ocorre na pujante região de Passo Fundo. O local foi escolhido por sua relevância nas áreas econômica, especialmente no agronegócio, social, cultural e política. Passo Fundo é um exemplo em muitas áreas, inclusive na educação e na saúde.
O projeto, uma experiência que poderá se repetir em outros municípios, se alinha a duas discussões recorrentes do Conselho Editorial. A aposta no jornalismo profissional, plural, responsável, independente, próximo da comunidade e de suas demandas, que combate desinformação/fake news e reforça a democracia. E a força das notícias locais, vocação da RBS de falar para os gaúchos sobre os fatos que interessam aos gaúchos, algo que está no DNA e nas origens da empresa.