Os incêndios que começaram na manhã de terça-feira (7) em Los Angeles, nos Estados Unidos, seguem provocando prejuízos. Em entrevista ao Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, na noite desta quarta (8), a gaúcha Alissa Boelter, que mora há um ano na cidade, disse estar em alerta.
A situação foi declarada como desastre de grandes proporções pelo presidente norte-americano, Joe Biden. Cinco mortes já foram confirmadas pelas autoridades da Califórnia.
— Está uma situação realmente bem complicada, uma cena de apocalipse, com fumaça por todo o céu — relata Alissa.
— Mesmo longe do incêndio, tu sente aquele cheiro de fumaça bem denso.
A gaúcha mora em Northridge, um bairro mais ao norte e, portanto, um pouco mais distante de onde começou o fogo. Entretanto, ela trabalha próximo à região mais afetada.
— Ontem, a gente foi liberado mais cedo. Um trajeto que eu faço em 25 minutos eu demorei quatro horas para fazer com todas as ruas totalmente fechadas. As pessoas que moram mais perto da região abandonando os carros porque realmente não tinha como sair. Depois, os bombeiros tiveram que tirar os carros, realmente muito triste — conta a gaúcha.
Nesta quarta, a jovem, que trabalha como customer service, foi dispensada e não precisou se deslocar para a empresa. Mais de 1,5 milhão de pessoas estão sem energia elétrica no sul da Califórnia, o que dificulta a comunicação.
— Ontem, chegou a dar algumas falhas na luz. Algumas regiões perto do bairro onde eu moro já estão sem luz, mas, por enquanto, aqui continua tudo bem. É realmente mais a fumaça no céu. Está difícil de respirar.
O bairro onde Boelter mora ainda não recebeu ordem de evacuação, como acontece com milhares de pessoas. A gaúcha segue acompanhando, por aplicativos e canais de informações, os alertas.
— A gente está acompanhando bastante. Hoje, vimos uma fumaça bem perto aqui de casa já começamos a pensar em várias situações, o que a gente faz, para onde a gente poderia ir.
As chamas queimaram mais de 1 mil estruturas e cerca de 6.390 hectares, informaram as autoridades. A situação está longe de melhorar: os ventos sopram com força na região e atingem entre 70 km/h e 145 km/h.
Os incêndios são frequentes no oeste dos Estados Unidos e desempenham um papel importante no ciclo da natureza.
Contudo, a alteração dos padrões climáticos devido à mudança climática causada pela ação humana derivou em condições extremas elevando a intensidade deste tipo de incidente.