O furacão Milton ganhou força nesta segunda-feira (7) e se tornou uma tempestade potencialmente catastrófica de categoria 5, a máxima da escala, enquanto avança em direção à costa oeste da Flórida, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).
Segundo grande furacão registrado no Golfo do México em duas semanas, Milton continua se intensificando e apresenta "ventos máximos sustentados" de 257 km/h, com rajadas mais fortes, detalhou o NHC.
Embora deva enfraquecer antes de atingir a costa dos EUA na quarta-feira, é "provável" que o fenômeno" continue a ser um poderoso furacão ao atingir a costa da Florida, com perigos potencialmente mortais.
Antes de chegar à Flórida, Milton deverá atingir partes da Península de Yucatán, no México, provocando vento forte e aumento do nível da água de até 1,5 metro com "ondas grandes e destrutivas", segundo a agência.
O Estado de Yucatán suspendeu até a terça-feira as atividades não essenciais e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, apelou ao cumprimento das orientações dos serviços locais de proteção civil.
"Mesmo que a previsão do Serviço Meteorológico Nacional indique que o furacão Milton não atingirá o território nacional, esperam-se chuvas e ventos torrenciais, especialmente em Campeche e Yucatán", afirmou o presidente na rede social X.
Há apenas 10 dias, o furacão Helene causou pelo menos 230 mortes no sul dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (7), as autoridades da Flórida ordenaram novas evacuações na mesma região, que ainda se recupera daquele desastre.
"Quem tiver meios para fazê-lo (...) deve pegar a estrada hoje", apelaram as autoridades da Flórida em uma coletiva de imprensa dirigida especificamente às populações da região metropolitana de Tampa (com cerca de 3 milhões de habitantes), no Golfo do México.
O NHC alertou que o furacão pode causar uma forte tempestade na costa oeste da Flórida a partir da noite de terça-feira. E em Tampa o nível da água pode subir entre 2,4 e 3,6 metros acima do nível do solo, de acordo com o NHC.
— Estas tempestades estão trazendo mais água do que nunca, por isso, ao mesmo tempo que existe o risco do vento, é a água que está matando pessoas — alertou a diretora da agência federal de resposta a desastres naturais (Fema), Deanne Criswell. .
"Danos devastadores"
O governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, ampliou para 51 (de um total de 67) o número de condados em situação de emergência na Flórida, o terceiro estado mais populoso do país.
Milton poder levar chuvas de até 250 mm para a Flórida (com focos pontuais de até 380 mm), com inundações repentinas em áreas urbanas, segundo o NHC.
A agência alertou que os furacões mais poderosos, de categoria 3 e superiores, são "devastadores" até mesmo para casas solidamente construídas, e que "faltará eletricidade e água durante vários dias após a tempestade passar".
O presidente americano, Joe Biden, afirmou em um comunicado que seu governo está preparando "recursos para salvar vidas".
Os cientistas dizem que a mudança climática provavelmente desempenha um papel na rápida intensificação dos furacões porque as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, dando mais energia às tempestades e, consequentemente, intensificando seus ventos.
"Limpar escombros"
Helene atingiu a costa da Flórida como furacão de categoria 4 em 26 de setembro e deixou um rastro de destruição em seu interior até os Montes Apalaches, com chuvas torrenciais e inundações.
Com pelo menos 230 mortes, tornou-se o desastre natural mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina em 2005.
— Precisamos limpar o máximo possível dos escombros" deixados por Helene porque isso cria um "risco de segurança e aumentará os danos que Milton pode causar — disse DeSantis.
Os socorristas trabalham para encontrar sobreviventes e levar energia e água potável às comunidades isoladas pela tempestade nas montanhas. A magnitude dos danos não impediu que o desastre se tornasse o centro de uma campanha de desinformação.
O candidato republicano à presidência, Donald Trump, acusou sua adversária democrata, a vice-presidente Kamala Harris, de atribuir aos migrantes parte do orçamento destinado a ajudar as pessoas afetadas pelo Helene.