O papa Francisco teve encontro neste sábado (28) com representantes da comunidade católica em Bruxelas, na Bélgica, e voltou a ser questionado sobre os casos de agressões sexuais na Igreja belga.
Na sexta-feira (27), Francisco havia se reunido, a portas fechadas, com 17 vítimas de violência. Um grande escândalo abalou o país no ano passado, relacionado com abusos de crianças e adolescentes e adoções forçadas de crianças de mães solteiras.
Mia De Schamphelaere, representante dos centros de abrigo para vítimas da violência sexual no norte da Bélgica, perguntou diretamente ao pontífice sobre o tema polêmico.
— Como a Igreja pode ver, reconhecer e aprender com as feridas dos sobreviventes? Como podemos construir uma cultura eclesiástica em que todos, jovens e idosos, homens e mulheres, se sintam seguros e protegidos?
Na resposta, o papa enfatizou a importância de escutar "o sofrimento das vítimas", para "fazê-las sentir a nossa proximidade e oferecer-lhes toda ajuda possível, para aprender com elas a ser uma Igreja que serve a todos, sem dominar ninguém".
— Uma das raízes da violência é o abuso de poder, quando utilizamos os papéis que temos para esmagar os outros ou manipulá-los — disse Francisco.
O diálogo, no entanto, não alterou o ambiente alegre do encontro na basílica do Sagrado Coração, ao final do qual o papa percorreu a nave central da igreja em uma cadeira de rodas e abençoou os fiéis, com direito a fotos e apertos de mãos.