A província canadense da Colúmbia Britânica reverteu, nesta sexta-feira (26), a descriminalização da posse de pequenas quantidades de cocaína, heroína, fentanil e outras drogas pesadas, após um protesto pelo crescente consumo de drogas em espaços públicos.
Em uma mudança radical na política para enfrentar a epidemia de opioides que deixou milhares de mortes, a província mais ocidental do Canadá anunciou, no ano passado, um projeto piloto que permitia aos adultos portar até 2,5 gramas de drogas para uso pessoal sem enfrentar multas nem prisões.
Os funcionários esperavam que a decisão fomentasse a noção de que a dependência química é um problema de saúde pública e que eliminaria estigmas associados ao consumo de drogas que afastam as pessoas da busca por ajuda.
Em contrapartida, a medida fez o consumo de drogas ao ar livre disparar em parques, praias, hospitais, transporte público e outros espaços em toda a província, enquanto a polícia tinha dificuldades para atender às queixas de desordem.
"Manter as pessoas seguras é nossa prioridade máxima. Apesar de nos preocuparmos e sermos compassivos com quem luta contra a dependência, não aceitamos a desordem nas ruas que faz com que as comunidades se sintam inseguras", disse o chefe de governo da Colúmbia Britânica, David Eby.
"Estamos tomando medidas para garantir que a polícia tenha as ferramentas necessárias para garantir comunidades seguras e confortáveis para todos, enquanto ampliamos as opções de tratamento para que as pessoas possam se manter vivas e melhorar", acrescentou.
A polícia da Colúmbia Britânica agora poderá apreender drogas ilícitas e obrigar quem causar perturbações à ordem pública por causa do consumo de drogas a abandonar a área, ou senão será preso.
Contudo, não penalizará a posse de drogas em residências particulares, em locais de prevenção de overdose ou de controle de drogas, segundo um comunicado.
O estado do Oregon, nos Estados Unidos, também experimentou com a descriminalização de drogas mais pesadas. Porém, no início de abril, três anos depois de ser o primeiro estado a fazê-lo, decidiu voltar a reprimir legalmente a posse de substâncias.
* AFP