O G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, condenou neste domingo (14) o ataque promovido pelo Irã contra Israel. Em comunicado divulgado, a organização fez um apelo pela "moderação" de "todas as partes" para desescalar o conflito. As informações são do jornal O Globo.
A reunião foi convocada às pressas pela Itália, que ocupa a presidência rotativa do órgão. A sessão virtual teve início por volta das 11h, no horário de Brasília. Também participaram os representantes de Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Reino Unido e Canadá.
"Expressamos a nossa total solidariedade e apoio a Israel e ao seu povo e reafirmamos o nosso compromisso com a sua segurança. Com as suas ações, o Irã avançou ainda mais no sentido da desestabilização da região e corre o risco de provocar uma escalada regional incontrolável. Isto deve ser evitado. Continuaremos a trabalhar para estabilizar a situação e evitar uma nova escalada. Neste espírito, exigimos que o Irã e os seus representantes cessem os seus ataques, e estamos prontos para tomar novas medidas agora e em resposta a novas iniciativas desestabilizadoras", diz a declaração conjunta emitida pela presidência italiana ao fim da reunião.
Outras disputas regionais, como a que envolve Israel e o grupo terrorista Hamas, também foram pautadas no encontro. O G7 prometeu trabalhar de forma coordenada para entregar mais ajuda aos palestinos em Gaza. "Também fortaleceremos a nossa cooperação para acabar com a crise em Gaza, inclusive continuando a trabalhar para um cessar-fogo imediato e sustentável e a libertação de reféns pelo Hamas, e fornecendo maior assistência humanitária aos palestinos necessitados", destaca a nota.
Ao final da reunião, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, fez um pronunciamento. No entendimento do francês, a situação palestina pode influenciar no mais recente episódio do conflito envolvendo Irã e Israel.
— Condenamos por unanimidade o ataque sem precedentes do Irã contra Israel. Todas as partes devem mostrar moderação. Manteremos os nossos esforços para desescalar. Acabar com a crise em Gaza o mais rapidamente possível, especialmente através de um cessar-fogo imediato, pode fazer a diferença — afirmou o representante.
Durante a ofensiva militar, na noite de sábado (13), mais de 300 drones e mísseis foram disparados contra o território inimigo. A ação foi uma retaliação pelo ataque à embaixada iraniana na Síria, onde sete pessoas morreram. O episódio, registrado no início do mês, foi atribuído a Israel, que não confirmou nem negou a autoria.
As Forças de Defesa israelenses afirmaram ter interceptado, no bombardeio desse sábado, 99% dos artefatos lançados, mas a mídia iraniana afirma que um número maior de mísseis conseguiu furar a proteção israelense. Ao menos uma menina beduína, sete anos, foi ferida com maior gravidade por estilhaços de destroços na região sul de Arad.
Embora a instituição internacional tenha reafirmado seu apoio à defesa de Israel, o grupo se manifestou a favor de uma redução das tensões na região. O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, ressaltou depois da reunião do G7 que Washington é contra um agravamento da situação.
— Não pretendemos uma guerra mais ampla com o Irã — disse Kirby.
Aliados de Teerã
Os pedidos de moderação e contenção não partiram apenas de países mais alinhados a Israel ou ao Ocidente. A China fez um apelo à comunidade internacional "para que desempenhe um papel construtivo para a paz e a estabilidade na região".
A Rússia, apelando à contenção, estimulou os países da região a "encontrar uma solução para os problemas existentes". O vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, acusou Israel e os países ocidentais de escalada regional, comparando a situação no Oriente Médio à guerra Rússia-Ucrânia.
Na América Latina, o governo da Venezuela atribuiu o cenário turbulento do Oriente Médio ao "genocídio na Palestina e à irracionalidade do regime israelense, assim como à inação" da Organização das Nações Unidas (ONU).