O Tribunal Superior de Justiça de Londres acatou parcialmente nesta terça-feira (26) o recurso de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, contra o pedido de extradição feito pelo governo americano. As informações são do portal g1.
A decisão adia temporariamente a possível extradição de Assange para os Estados Unidos, onde enfrenta a possibilidade de uma sentença de até 175 anos de prisão. Os juízes britânicos solicitaram mais informações ao governo americano e deram um prazo de três semanas para que essas informações sejam apresentadas.
Assange vazou mais de 700 mil documentos confidenciais desde 2010, revelando atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos, principalmente no Iraque e no Afeganistão. Entre esses vazamentos, estava um vídeo mostrando soldados americanos executando civis no Iraque, além de outros que expuseram assassinatos de civis e abusos cometidos por autoridades dos EUA e de outros países.
Os Estados Unidos consideram esses vazamentos como um dos maiores da história do país, enquanto a defesa de Assange argumenta que ele estava exercendo seu direito à liberdade de imprensa. No entanto, autoridades americanas afirmam que a divulgação desses documentos colocou vidas em risco ao expor a identidade de pessoas que colaboravam com os militares no Oriente Médio.
Em janeiro de 2021, um tribunal britânico inicialmente rejeitou o pedido de extradição para os Estados Unidos, mas uma apelação americana reverteu essa decisão em dezembro do mesmo ano. No entanto, no início de 2022, um novo pedido de extradição foi negado devido ao risco de Assange cometer suicídio.
O fundador do WikiLeaks estava preso na Inglaterra desde 2019, após passar sete anos na embaixada do Equador em Londres, onde buscava refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que foram posteriormente retiradas.