O presidente polonês, Andrzej Duda, designou, nesta segunda-feira (6), o primeiro-ministro em exercício, Mateusz Morawiecki, para formar um novo governo, após os conservadores no poder vencerem as eleições no mês passado, mas sem alcançar a maioria parlamentar.
O partido Lei e Justiça (PiS) ficou em primeiro lugar nas eleições gerais de 15 de outubro, mas sem uma maioria clara e com poucas chances de formar uma coalizão.
"Decidi encarregar o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki da missão de formar um governo", declarou o presidente Duda, próximo ao PiS, um partido eurocético com uma postura anti-imigração.
"Se a missão do representante do partido Lei e Justiça não for bem-sucedida, na próxima fase o Parlamento escolherá um candidato a primeiro-ministro e eu o nomearei imediatamente", acrescentou, em um discurso televisionado.
O partido opositor Coalizão Cívica, liderado pelo ex-primeiro-ministro Donald Tusk (2007-2014), ficou em segundo lugar.
Junto com outros dois partidos - o centrista Terceira Via e o Esquerda - eles podem ter uma maioria de 248 assentos no Parlamento, de um total de 460.
Os líderes da aliança liberal da oposição pediram conjuntamente a Duda que nomeasse Tusk, que também foi presidente do Conselho Europeu entre 2014 e 2019.
Não está claro com quem o PiS poderia formar uma coalizão, já que observadores apontam a falta de parceiros de coalizão viáveis.
Tusk acusou Duda de querer "ganhar tempo".
As relações da Polônia com a União Europeia (UE) deterioraram-se desde a chegada ao poder do PiS.
Durante a campanha eleitoral, Tusk prometeu reconstruir os laços com a UE e desbloquear até dezembro os fundos comunitários congelados.
Bruxelas bloqueou o acesso da Polônia a US$ 35 bilhões de euros (R$ 186 bilhões) do fundo de recuperação europeu pós-pandemia devido a uma disputa sobre as controversas reformas judiciais implementadas pelo PiS.
* AFP