Em seu discurso após ser eleito presidente da Argentina, na noite deste domingo (19), o candidato de Javier Milei, que se define como um "anarcocapitalista", assegurou que agora "começa a reconstrução" do país. Ele ainda convidou para integrar seu governo líderes de outras forças que quiserem, sem importar as diferenças.
– O modelo da decadência chegou ao fim. Não tem volta atrás. Chega do modelo empobrecedor da casta, hoje abraçamos a liberdade para voltar a ser uma potência mundial –, disse Milei a seus apoiadores, após vencer o segundo turno das eleições presidenciais com 55% dos votos, superando o peronista Sergio Massa, ministro da Economia do atual governo.
– No há espaço para gradualismo, não há espaço para tibieza, para meias tintas. Temos problemas monumentais: a inflação, a estagnação, a falta de emprego genuíno, a insegurança, a pobreza e a indigência. Problemas que só têm solução se voltarmos a abraçar as ideias da liberdade –, afirmou.
Milei, um economista de 53 anos que em 2021 entrou para a política com seu partido, La Libertad Avanza (A Liberdade Avança, em português), agradeceu o apoio recebido no segundo turno do ex-presidente direitista Mauricio Macri e da ex-candidata à Presidência Patricia Bullrich, da coalizão Juntos pela Mudança. O presidente eleito ainda disse que todos que queiram se somar à "nova Argentina" serão bem-vindos.
– Hoje, voltamos a abraçar as ideias da liberdade, de (Juan Bautista) Alberdi, de nossos pais fundadores, que em 35 anos fizeram com que passássemos de um país de bárbaros a um civilizado. Estas ideias se baseiam em um governo limitado, que cumpre rigorosamente com os compromissos que assumiu: respeito à propriedade privada e livre comércio –, pontuou.
Milei assumirá a Presidência em 10 de dezembro, quando termina o governo do peronista de centro-esquerda Alberto Fernández.
* AFP