O exército israelense anunciou, na primeira hora desta quarta-feira (15), ainda noite de terça em Brasília, que estava realizando uma operação "direcionada" dentro do hospital Al Shifa — o mais importante da Faixa de Gaza —, onde garante que o movimento Hamas esconde uma posição de comando. Na madrugada desta quarta, no horário de Brasília, Israel afirmou que a ação militar seguia em curso.
"Com base na informação de inteligência e na necessidade operacional, as Forças de Defesa de Israel realizam uma operação direcionada e de precisão contra o Hamas em um setor específico do hospital Al Shifa", declarou o exército em um comunicado em inglês (veja abaixo).
Os militares afirmaram, ainda, que, no dia anterior, voltaram a comunicar as "autoridades relevantes em Gaza" que as atividades militares dentro do hospital deveriam cessar em 12 horas. "Infelizmente, eles não o fizeram", completa a nota do exército.
Anteriormente, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza disse ter recebido um aviso do exército israelense sobre sua intenção de realizar uma operação neste hospital, que há dias está no centro do conflito desencadeado em 7 de outubro.
Milhares de pessoas, entre pacientes, profissionais de saúde e civis deslocados pela guerra, estão amontoadas neste complexo que, segundo o Hamas, está cercado "por todos os lados" pelas tropas israelenses e está no meio de "tiros intensos".
O exército israelense acusa o Hamas de esconder no hospital um posto de comando estratégico e de usar civis como "escudos humanos" —algo que o movimento islâmico nega.
Em linha com essas acusações, a Casa Branca afirmou, nesta terça-feira, que o movimento islamista e outro grupo palestino, a Jihad Islâmica, "operam um núcleo de comando e controle desde Al Shifa".
O Hamas respondeu aos Estados Unidos que suas declarações "dão luz verde" a Israel para cometer "mais massacres brutais" contra instalações médicas no território palestino.
"Ao longo das últimas semanas, indicamos várias vezes que o uso contínuo do hospital Al Shifa para fins militares pelo Hamas levaria ao fim de sua proteção sob o direito internacional", disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, nesta terça à noite.
Já nesta quarta-feira, por meio de publicação nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (FDI) relataram que, antes de entrar no hospital, encontraram explosivos e combatentes do Hamas, com os quais foi travado um conflito. Também disseram ter entregue itens de auxílio a enfermos: "As forças das FDI entregaram equipamentos médicos, incubadoras e alimentos para bebês em nome do Estado de Israel ao Hospital Shifa. Equipes médicas das FDI, juntamente com soldados de língua árabe, estão presentes no campo para garantir que o equipamento médico chegue a quem precisa".