Em meio a um clima de tensão causado pela aprovação da reforma judicial em Israel, o presidente do país, Isaac Herzog, pediu, nessa quinta-feira (27), calma para os defensores e para os críticos da medida. A solicitação acontece enquanto manifestantes prometem mais protestos. As informações são da Reuters.
— Faço um apelo, mesmo quando a dor aumenta, devemos preservar os limites da disputa e abster-nos da violência e de medidas irreversíveis — disse o presidente Herzog.
Os protestos em Israel já se arrastam há meses em razão de decisões do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu . O cenário, no entanto, se intensificou na última segunda-feira (24), após o parlamento israelense aprovar a chamada cláusula de "razoabilidade", que limita a capacidade dos juízes de anular decisões do governo. Críticos temem que a reforma arruíne os 75 anos de democracia israelense ao remover os freios e contrapesos do Executivo.
Manifestações favoráveis e contrários ao projeto foram suspensas para o Tisha B'av, dia de jejum que lembra a destruição de antigos templos judaicos em Jerusalém, em razão de brigas internas.
Nas redes sociais, Herzog também publicou fotos do Tisha B'Av e fez apelo para que a sociedade cessasse os conflitos.
"Temos que pensar o tempo todo em como garantir as nossas vidas juntos por mais 50 e 100 anos, e o que acontecer hoje irá afetar as nossas crianças e as futuras gerações que irão viver aqui", escreveu.
Manifestantes disseram, após o jejum, que estariam prontos para novas ações contra a reforma, caso a medida não seja revista. Líderes do protesto afirmam ainda que um número crescente de reservistas militares decidiu parar de servir para expressar sua oposição.
Grupos de vigilância política pediram que Suprema Corte anule a medida, o que pode aumentar ainda mais a turbulência política do país.