O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, afirmou nesta sexta-feira (31) que o país "nunca perdoará" a Rússia pela ocupação de Bucha, uma localidade próxima de Kiev onde as forças de Moscou foram acusadas de massacrar civis. A cidade virou um símbolo da guerra.
Bucha, libertada há um ano, "é um símbolo das atrocidades do exército do país ocupante. Nunca perdoaremos. Vamos punir cada culpado", afirmou o presidente ucraniano em uma mensagem divulgada nas redes sociais.
No dia 31 de março de 2022, o exército russo se retirou da cidade e de toda região norte de Kiev, pouco mais de um mês após o início da ofensiva na Ucrânia.
Dois dias depois da retirada, foram descobertos em Bucha os destroços carbonizados de veículos, casas destruídas e os corpos de 20 homens com trajes civis, um deles com as mãos amarradas nas costas. As imagens provocaram uma grande comoção ao redor do mundo.
A Ucrânia e os países ocidentais denunciaram execuções sumárias e outros crimes de guerra em Bucha. A Rússia negou qualquer envolvimento, e denunciou como uma encenação dos oponentes.
Dois dias após a descoberta dos cadáveres, o presidente Zelensky visitou Bucha e, visivelmente emocionado, denunciou "crimes de guerra" que constituem um "genocídio". Nos últimos meses, quase todos os líderes estrangeiros que viajaram à Ucrânia também visitaram a localidade de Bucha.
Um ano após a libertação, esta área do subúrbio de Kiev, que antes da guerra tinha 37 mil habitantes, ainda está em reconstrução. Dezenas de operários trabalham com escavadeiras e caminhões para reconstruir as casas e pavimentar as ruas.
O padre da igreja local, Andriy, afirmou que é importante não esquecer os mortos, mas que é necessário pensar no futuro, mais que no passado.
— Para viver no futuro é necessário vencer e derrotar os ocupantes. Os criminosos devem ser condenados, o mal deve ser castigado — reforçou.