O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou neste domingo (26) reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para "combater a chantagem nuclear do Kremlin" um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, revelar seus planos de estacionar armas atômicas táticas em Belarus. Um oficial ucraniano disse que a Rússia "tomou Belarus como refém nuclear".
"A Ucrânia espera uma ação efetiva do Reino Unido, China, Estados Unidos e França para combater a chantagem nuclear do Kremlin, inclusive como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que tem uma responsabilidade especial de prevenir ameaças de agressão usando armas nucleares", diz o comunicado do governo ucraniano.
"O mundo deve se unir contra alguém que põe em perigo o futuro da civilização humana", complementou.
Moscou, por sua vez, disse que agiu em resposta ao crescente apoio militar do Ocidente à Ucrânia. Pelo Twitter, Oleksiy Danilov, secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, comentou que o anúncio de Putin foi "um passo para a desestabilização interna" de Belarus que maximizou "o nível de percepção negativa e rejeição pública" da Rússia e de Putin na sociedade bielorrussa.
O Kremlin, acrescentou Danilov, "tomou Belarus como refém nuclear". Tanto o apoio de Lukashenko à guerra quanto os planos de Putin de estacionar armas nucleares táticas na Belarus foram denunciados pela oposição.
EUA e Alemanha se pronunciam
Os Estados Unidos disseram que iriam "monitorar as implicações" do anúncio de Putin. Até agora, Washington não viu "nenhuma indicação de que a Rússia está se preparando para usar uma arma nuclear", disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.
Na Alemanha, o Ministério das Relações Exteriores chamou as declarações de Putin de "mais uma tentativa de intimidação nuclear", informou a agência de notícias alemã DPA. A pasta disse ainda que "a comparação feita pelo presidente russo com a participação nuclear da Otan é enganosa e não pode ser usada para justificar o passo anunciado pela Rússia".