Logo que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, as tropas de Vladimir Putin avançavam rapidamente dentro do território ucraniano, principalmente em razão da sua superioridade militar. Um mês depois, a Rússia anunciou que usou, pela primeira vez, mísseis hipersônicos. Segundo a Human Rights Watch, no mesmo mês, os russos usaram também bombas de fragmentação no conflito, o que poderia constituir crime de guerra.
Ainda no ano passado, a Ucrânia começou a reverter esse quadro, com uma contraofensiva impulsionada principalmente pela ajuda militar de seus aliados, como os Estados Unidos, que garantiram fornecimento dos foguetes de precisão Himars. O país também já forneceu à capital Kiev mais de 800 mil projéteis de artilharia padrão Otan de 155 milímetros, centenas de "drones suicidas" Switchblade, 7 mil fuzis de assalto, 50 milhões de balas e munições variadas, foguetes guiados a laser e radares anti-artilharia e antidrones.
Mais recentemente, outra demanda antiga do presidente ucraniano Volodimir Zelensky em relação à ajuda militar de seus aliados começou a ser atendida: o envio de tanques. No final de janeiro, Estados Unidos e Alemanha anunciaram que enviariam os armamentos para os ucranianos.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu 31 tanques Abrams, uma das armas mais poderosas e sofisticadas do exército americano. Pouco antes, o chanceler Olaf Scholz deu luz verde ao envio, pela Alemanha, de 14 tanques Leopard 2, uma decisão que abre as portas para vários outros países europeus com esse tipo de tanque enviarem suas próprias contribuições.
No início deste mês, os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de ajuda no valor de US$ 2,2 bilhões em armas, incluindo foguetes que poderiam quase dobrar o alcance da artilharia ucraniana. "Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com seus aliados e parceiros para fornecer à Ucrânia a capacidade de responder às necessidades imediatas do campo de batalha e às necessidades de segurança a longo prazo", reafirmou o Pentágono na ocasião.
O presidente norte-americano visitou a Ucrânia pela primeira vez, nesta semana, desde o início da guerra. Na visita, reafirmou seu apoio irrestrito aos ucranianos, mesmo com a crescente insatisfação em relação a este auxílio dentro do território norte-americano. Segundo estima Laura Cooper, subsecretária adjunta de Defesa dos Estados Unidos, a ajuda militar a Kiev fornecida pelo seu país e por outros aliados chega a pelo menos US$ 45 bilhões desde que a Ucrânia foi invadida pelos russos.
A França e a Itália também entregarão um sistema de defesa antiaérea de médio alcance MAMBA para ajudar a Ucrânia a "se defender contra ataques de drones, mísseis e aviões russos", disse o Ministério da Defesa francês.