O exército russo teria utilizado bombas de fragmentação, que não fazem distinção entre alvos militares e civis, em Kharkiv (leste da Ucrânia), o que poderia constituir um crime de guerra, afirmou a organização Human Rights Watch (HRW) nesta sexta-feira (4).
As forças russas usaram as armas "em pelo menos três zonas residenciais de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, em 28 de fevereiro", destacou a organização de defesa dos direitos humanos.
A HRW afirma ter identificado o lançamento deste tipo de munição com um lança-foguetes 9M55K Smerch de fabricação russa.
— Kharkiv sofre ataques contínuos das forças russas, então os civis precisam se esconder em porões para evitar explosões e estilhaços — afirmou o diretor de armamento da HRW, Steve Goose.
— Usar bombas de fragmentação em áreas habitadas mostra um desprezo absoluto pela vida das pessoas — disse.
"Sua utilização, como foi documentado em Kharkiv, poderia constituir um crime de guerra", considera a organização.
As bombas de fragmentação contêm várias dezenas de pequenas bombas que se espalham por um amplo perímetro e algumas delas não explodem no momento do lançamento, o que pode fazer com que virem minas terrestres.
A Convenção de Oslo de 2008 (que Moscou não assinou) proíbe sua utilização. "Seu uso intenso em áreas habitadas por alguns exércitos provocou, nos países envolvidos, danos humanitários desproporcionais", afirma um relatório do Senado francês.
As bombas da guerra
Além dos modelos de fragmentação, a Rússia pode estar empregando outras armas.