Os protestos contra o novo governo do Peru aumentaram neste domingo (11) no interior do país, com manifestações e a convocação de uma paralisação nacional exigindo a renúncia da presidente Dina Boluarte e a convocação de novas eleições.
As mobilizações cresceram em cidades do norte e do sul andinos pelo quarto dia, em rejeição ao Congresso e pedindo a libertação do ex-presidente esquerdista Pedro Castillo, destituído no último dia 7.
Milhares de pessoas se reuniram em Cajamarca, Arequipa, Tacna, Andahuaylas, Huancayo, Cusco e Puno, segundo imagens transmitidas por emissoras de TV locais. Em Andahuaylas, onde os protestos deixaram 16 civis e quatro policiais feridos no sábado (10), os confrontos entre manifestantes e policiais aconteceram novamente.
Paralisação por tempo indeterminado
Sindicatos agrários e organizações camponesas e indígenas anunciaram uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (13), somando-se aos pedidos de fechamento do Congresso, eleições antecipadas e uma nova Constituição, segundo comunicado da Frente Agrária e Rural do Peru. O coletivo também reivindica a "libertação imediata" de Castillo.
Em Lima, o partido esquerdista Peru Livre convocou uma manifestação para a tarde de hoje na Praça San Martín, epicentro das manifestações políticas no país. Lima, a capital, sempre foi contrária à Castillo, enquanto as regiões andinas se identificaram com ele desde as eleições de 2021.
O Congresso, dominado pela direita, anunciou que iria se reunir nesta tarde para analisar a situação.
— Até agora, a presidente não foi clara sobre a grande questão: estamos em um governo de transição ou estamos diante de uma autoridade que pretende ficar até 2026? Ela deveria ter deixado claro que seu papel é facilitar as novas eleições gerais. Esse é o caminho que irá fazer com que ela tenha alguma estabilidade — disse à Agence France-Presse (AFP) a analista política Giovanna Peñaflor.