Após 11 dias de despedida, a rainha Elizabeth II foi sepultada no fim da tarde desta segunda-feira (19), em uma cerimônia privada no Castelo de Windsor, que fica nos arredores de Londres. No site da família real, uma declaração diz que a monarca foi sepultada “junto com o Duque de Edimburgo, na Capela Memorial do Rei George VI”.
A conta oficial do príncipe e da princesa de Gales, William e Kate, no Twitter, postou uma foto do caixão da Elizabeth II, com a mensagem: "Adeus a uma rainha, uma mãe, uma avó e uma bisavó". Segundo a imprensa local, a inscrição "Elizabeth II 1926-2022" aparece no mármore do túmulo.
Às 2h30min (horário de Londres) desta segunda, o velório aberto ao público foi encerrado. Os britânicos tiveram quatro dias para se despedir da monarca no Palácio de Westminster. Cerca de 400 mil pessoas passaram pelo local no período. Para ver a rainha, as pessoas tiveram de enfrentar filas de mais de 8 quilômetros.
Depois, por volta das 11h (horário local) houve uma procissão que levou o caixão do salão onde foi o velório até a Abadia de Westminster. No local, teve início o funeral de Estado. Mais de cem chefes de governo participaram da cerimônia — entre eles, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Na cerimônia, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja Anglicana, elogiou a vida da rainha, dedicada durante sete décadas a seu povo.
— As pessoas que amam servir são raras em qualquer âmbito da vida. Líderes que amam servir são ainda mais raros. Mas em todos os casos, aqueles que servem serão amados e recordados, enquanto aqueles que se apegam ao poder e aos privilégios são esquecidos — disse Welby.
Depois da cerimônia, teve início o cortejo que levou o caixão até o Castelo de Windsor. Milhares de pessoas se reuniram para ver a chegada do caixão da rainha, transportado por cerca de 40 quilômetros em um carro funerário desde a capital britânica. O veículo chegou coberto com as flores jogadas pela multidão. Em todo o caminho, o Big Ben, o famoso relógio de Londres, tocou badaladas.
Milhares de pessoas nas ruas
A rainha mais longeva da história do Reino Unido morreu em 8 de setembro aos 96 anos, em sua residência escocesa de Balmoral. A morte de uma monarca que parecia eterna provocou grande comoção no país e no mundo.
O Reino Unido a homenageou com 10 dias de luto nacional, cortejos e procissões, com uma carga de emoção popular tão grande que tornou quase imperceptíveis os protestos da minoria de republicanos.
Seu filho mais velho, de 73 anos, sucedeu-a como Charles III. Até então, um dos membros menos apreciados da família real britânica, sua popularidade subiu nos últimos dias. Com capacidade para 2,2 mil pessoas, a imponente Abadia de Westminster não pôde receber a multidão que desejava acompanhar sua rainha até o fim.
Símbolo de uma era de grandes mudanças, Elizabeth II assumiu o trono em 1952, em um Reino Unido ainda abalado pelo pós-guerra, e faleceu em 2022, no pós-pandemia e Brexit.
Ela conheceu 15 primeiros-ministros, de Winston Churchill à atual Liz Truss, assim como figuras históricas que incluem o soviético Nikita Khrushchev, a madre Teresa de Calcutá e o sul-africano Nelson Mandela.