A Finlândia anunciou nesta quinta-feira que não reavaliará seis pedidos de extradição, algo que a Turquia havia solicitado como condição para permitir que o país entrasse, junto com a Suécia, na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A Turquia é o único Estado-membro da OTAN que se opôs à adesão dos dois países nórdicos, acusando-os de abrigar pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) - que Ancara considera uma "organização terrorista" - às YPG, que operam na Síria, e a pessoas envolvidas no golpe de Estado fracassado perpetrado na Turquia em 2016.
O Ministério da Justiça finlandês disse à AFP que em agosto recebeu pedidos da Turquia para revisar seis casos de extradição que havia rejeitado anteriormente, chamando a decisão de "final".
"Os casos foram resolvidos e a decisão é final. Não é possível apelar de uma decisão do Ministério da Justiça tomada de acordo com a lei de extradição", disse Sonja Varpasuo, conselheira do Ministério da Justiça, à AFP.
"A reabertura de uma decisão final pode ser considerada caso um relatório completamente novo possa afetar a decisão de maneira substancial", acrescentou.
Mas, de acordo com Helsinque, tal relatório não foi fornecido quando a Turquia solicitou que os pedidos fossem revisados.
Turquia, Suécia e Finlândia assinaram um memorando trilateral durante junho em Madri no âmbito de uma cúpula da OTAN, que inclui disposições sobre extradições e partilha de informação, no qual a Turquia deu a sua aprovação preliminar à entrada da Finlândia e da Suécia na Aliança Atlântica.
Depois disso, Ancara informou que havia solicitado a extradição de 12 suspeitos da Finlândia e 21 da Suécia.
O presidente turco disse que recebeu uma "promessa" da Suécia sobre a extradição de "73 terroristas".
O Parlamento turco ainda precisa ratificar a adesão dos dois países nórdicos à aliança, assim como os demais países membros da organização.
* AFP