A sexta-feira (9) começou com muita gente nas ruas de Londres, reunindo milhares de moradores nas imediações do Palácio de Buckingham. Há, também, outra porção de turistas. Entre eles, alguns brasileiros.
O casal Estela e Mario Ritzel, de São Paulo, está de férias na capital do Reino Unido e foi acompanhar a movimentação do início dos atos fúnebres da Rainha Elizabeth II, que morreu na quinta-feira (8), aos 96 anos.
— Hoje está tudo muito triste. Pegamos um ônibus para chegar aqui, e ninguém falava nada — disse Mario, que está na cidade há três dias e ficou impressionado com a mudança na cidade após a confirmação da morte da monarca.
O dia cinza da capital inglesa, com um pouco de chuvisco, ajuda a ambientar o luto que os moradores e súditos da rainha estão sentindo. No metrô, logo cedo, quem foi trabalhar recebeu tabloides com todo histórico de vida e com os detalhes da transição na coroa britânica.
As bandeiras de casas, hotéis e de alguns monumentos estão a meio-mastro. Na The Mall, avenida que dá acesso ao palácio, o fluxo de veículos está proibido. Só se chega na frente de Buckingham a pé.
Mas o maior destaque dessa manhã em Londres é a fila para depositar flores e cartazes em frente ao palácio. Mais de uma hora e meia de uma caminhada lenta e silenciosa. Arranjos de todas as cores, para uma rainha que sempre gostou do colorido — basta ver as roupas que ela escolhia para as cerimônias públicas.
Também há muitas mensagens de agradecimento para Elizabeth, carinhosamente chamada por alguns de Lilibet. Foram sete décadas no trono, num reinado que atravessou as mais diversas crises, com uma postura sempre discreta e, mesmo assim, popular.
O número de pessoas dobrou se comparado a quinta-feira nas imediações de Buckingham. É perceptível também o aumento da segurança. Policiais chegam a todo momento, e a guarda-real passa a todo instante. Há uma sensação clara de que os próximos dias serão ainda mais movimentados.
A expectativa é de que o funeral da rainha siga até o domingo da outra semana, dia 18. Charles III, o novo rei, chega a Londres ainda nesta sexta. Será promulgado o novo monarca no palácio de St. James e depois se reúne com a primeira-ministra, Liz Truss, em Buckingham.
Como será o novo reinado é uma das principais dúvidas dos ingleses, como Barbara Dohson, 63 anos:
— Não tenho certeza (como será o reinado de Charles), vou esperar. Acho que talvez tenhamos que esperar alguns anos para descobrir — disse a GZH.