O ministro argentino da Economia, Martín Guzmán, anunciou neste sábado (2) sua demissão do cargo, que ocupava desde 10 de dezembro de 2019, em carta ao presidente Alberto Fernández.
"Eu me dirijo ao senhor por motivo de apresentar minha demissão do cargo de ministro da Economia", diz no documento, divulgado na conta de Guzmán no Twitter.
Enfrentando a resistência de boa parte do Partido Justicialista (peronista), de situação, Guzmán assinalou que, para seu substituto, será primordial que trabalhe em um acordo político dentro da coalizão governante.
Em uma economia assolada por uma inflação de mais de 60% em 12 meses e pela desvalorização de sua moeda, o peso, Guzmán disse que, a partir de agora, "será fundamental continuar fortalecendo a consistência macroeconômica, incluindo as políticas fiscal, monetária, de financiamento, cambial e energética".
Terceira maior economia da América Latina, atrás do Brasil e do México, a Argentina acertou com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de facilidades estendidas, conhecido como SAF, para liquidar os US$ 44 bilhões desembolsados no âmbito de um crédito acordado há quatro anos por US$ 57 bilhões, o maior da história do Fundo.
Guzmán liderou as negociações com o FMI para alcançar esse acordo, que enfrentou a resistência de parte do governismo, liderado pela vice-presidente, Cristina Kirchner, e conseguiu evitar que o país entrasse em default.
"Com a profunda convicção e confiança em minha visão sobre o caminho que a Argentina deve seguir, continuarei trabalhando e agindo por uma pátria mais justa, livre e soberana", acrescentou o ministro em sua carta de demissão.
O presidente Alberto Fernández ainda não se pronunciou sobre a saída de um dos principais colaboradores do seu gabinete.