A guerra na Ucrânia chega ao 100º dia nesta sexta-feira (3), sem perspectivas de cessar-fogo para o conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos. Segundo o governo ucraniano, o exército da Rússia já controla 20% do país atacado.
Relembre os principais acontecimentos desde o início da invasão:
Início da invasão
Em 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou uma "operação militar especial" para defender as "repúblicas" separatistas do Donbass, no leste ucraniano, das quais havia reconhecido a independência.
As forças terrestres russas penetram no território ucraniano. No dia 26, o exército russo recebe ordem de intensificar a ofensiva.
A União Europeia (UE) anunciou a primeira compra e entrega de armas à Ucrânia. Os ocidentais aplicam sanções econômicas contra a Rússia cada vez mais rígidas.
Primeiras negociações
No dia 28, Moscou e Kiev iniciam negociações. Putin exige o reconhecimento da Crimeia como território russo, um "status neutro" para a Ucrânia e sua "desnazificação". Moscou busca há meses garantias de que Kiev jamais integrará a Otan.
Em 2 de março, tropas russas chegam a Kharkiv (norte), segunda maior cidade do país. Ao sul, Kherson, próxima da Crimeia, fica sob controle russo. No dia 8, o presidente americano, Joe Biden, decreta um embargo sobre o gás e petróleo russo.
No dia 10 daquele mês, os líderes dos 27 países-membros descartam uma rápida adesão da Ucrânia à União Europeia, exigida pelo presidente Volodimir Zelensky, ao mesmo tempo em que abrem as portas para estreitar os laços.
Mariupol assediada
No dia 21, Bruxelas denuncia "um grande crime de guerra" em Mariupol, um porto estratégico no Mar de Azov. Dezenas de milhares de pessoas estão presas lá. Uma maternidade e um teatro onde os civis estão abrigados são bombardeados.
No dia 24, a Otan decide equipar a Ucrânia contra a ameaça química e nuclear e reforça suas defesas em seu flanco leste. No dia seguinte, Moscou anuncia que estava se concentrando na "libertação do Donbass".
Horror em Bucha
Em 2 de abril, a Ucrânia anuncia ter retomado o controle da região de Kiev após a retirada das forças russas, que se deslocam para o leste e o sul do país. Em diversos locais próximos de Kiev, como Bucha, a descoberta de dezenas de cadáveres de civis provoca forte reação internacional. No dia 8, um bombardeio da estação de trem de Kramatorsk (leste) deixa 57 mortos.
Navio russo é afundado
No dia 14, os ucranianos alegam ter atingido com mísseis o Moskva, principal navio de guerra da frota russa no Mar Negro. Segundo Moscou, o navio afundou após um incêndio causado pela explosão de munição a bordo.
No dia 21, Putin reivindica o controle de Mariupol, mas cerca de 2 mil soldados ucranianos, entrincheirados no complexo siderúrgico Azovstal com mil civis, ainda resistem. No dia 27, o exército ucraniano reconhece um avanço russo no leste, com a captura de várias cidades na região de Kharkiv e Donbass.
Candidatura à Otan
Em 3 de maio, forças russas e pró-russas lançaram um "poderoso ataque" contra a siderúrgica Azovstal. No dia 8, 60 pessoas foram dadas como desaparecidas após o bombardeio de uma escola na região de Lugansk.
No dia 18, Suécia e Finlândia apresentam seus pedidos de adesão à Otan. No dia 19, o Congresso americano libera US$ 40 bilhões para apoiar o esforço de guerra ucraniano. No dia seguinte, o G7 promete US$ 19,8 bilhões para ajudar Kiev.
Azovstal sob controle russo
No dia 20, Moscou anuncia o controle da Azovstal. De acordo com Kiev, Mariupol está 90% destruída e pelo menos 20 mil pessoas morreram na cidade. A leste, as cidades de Severodonetsk e Lyssytchansk constituem o último bastião de resistência ucraniana na região de Lugansk, no Donbass.
No dia 23, um soldado russo foi condenado, em Kiev, à prisão perpétua no primeiro julgamento por crimes de guerra desde o início da invasão. As forças russas intensificam sua ofensiva no Donbass.
No dia 28, Moscou confirma a tomada por separatistas pró-russos da localidade chave de Lyman. As forças russas controlam "parte" de Severodonetsk, segundo o governador regional afirmou no dia 31 de maio.
Embargo do petróleo russo
Os líderes da UE chegam a um acordo no dia 30 para reduzir as importações de petróleo russo em cerca de 90% até o final do ano. Depois de impor a mesma medida à Finlândia, Bulgária e Polônia, a russa Gazprom suspende suas entregas de gás para a Holanda no dia 31, diante da recusa de pagamento em rublos.