O governo russo se negou, nesta terça-feira (19), a comentar os relatos sobre marinheiros desaparecidos no naufrágio do Moskva, navio russo no Mar Negro que a Ucrânia afirma ter afundado em um ataque na semana passada.
— Todas as informações são divulgadas pelo Ministério da Defesa. Não temos a prerrogativa de comunicar — disse o porta-voz da presidência, Dmitri Peskov.
A Marinha e o Ministério da Defesa não divulgaram um balanço do naufrágio do Moskva, onde estavam centenas de pessoas. Nos últimos dias, depoimentos publicados na imprensa e divulgados nas redes sociais mencionam marinheiros desaparecidos.
Um homem que mora na Crimeia, identificado como Dmitri Shkrebrets, se apresentou como pai de um desaparecido e publicou no domingo uma mensagem na rede social Vkontakte em que perguntava a razão do seu filho, um simples recruta, estar em zona de combate. Uma mulher, Yulia Tsyvova, também afirmou que seu filho está desaparecido.
Oficialmente, a tripulação do navio foi retirada e fontes oficiais afirmaram que não há mortos, feridos ou desaparecidos.
As autoridades russas indicaram que o Moskva, com um papel crucial na coordenação dos navios russos no Mar Negro, afundou após um incêndio provocado pela explosão de munições. A Ucrânia afirma que suas forças o afundaram em um ataque com mísseis.
No sábado, o Ministério de Defesa russo divulgou um vídeo que apresentou como o encontro entre um comandante da Marinha e dezenas de resgatados do navio — que poderia ter até 680 tripulantes.
O naufrágio do Moskva é uma humilhação para as forças russas e até os analistas próximos aos Kremlin pediram, em vão, explicações às autoridades. A Rússia admitiu, em 25 de março, 1.351 baixas entre suas forças durante a operação na Ucrânia, um balanço impossível de ser verificado com fontes independentes e que não foi atualizado desde então.