O ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou nesta terça-feira (29) a eventual privatização da Petrobras "neste mandato" e minimizou o impacto da demissão, na véspera, do presidente da estatal petroleira.
"O presidente [Jair Bolsonaro] disse expressamente que não privatizaria a Petrobras neste mandato, o primeiro mandato. Nunca disse nada sobre o segundo mandato", disse Guedes em coletiva de imprensa em Paris.
O ministro afirmou que seu sonho como "liberal" é privatizar a empresa estatal, como espera fazer "antes do fim do ano" com a Eletrobas, assim como o Correios, os portos e aeroportos.
Sobre a demissão por Bolsonaro no dia anterior do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, ele descartou que essa mudança seja "um fator importante, não mesmo". "Não espero que tenha efeitos reais", acrescentou.
O presidente havia nomeado esse general da reserva do exército em fevereiro de 2021 à frente da Petrobras, também então insatisfeito com os constantes aumentos de preços praticados pela estatal.
Bolsonaro vem criticando sua política de preços há algum tempo, que estabeleceu fortes aumentos após o preço internacional do petróleo bruto, que alimentou a inflação, meses antes da eleição presidencial em outubro.
O aumento dos preços pode ser muito prejudicial para sua popularidade antes de sua candidatura à reeleição, especialmente porque o ex-presidente Lula aparece à frente nas pesquisas.
As declarações de Guedes à imprensa ocorreram no âmbito de uma visita a Paris para discutir a adesão do Brasil à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O ministro classificou como "muito boas" as reuniões com autoridades e representantes dos países membros da OCDE, que no final de janeiro abriram as portas para negociar a adesão de Brasil, Argentina e Peru.
* AFP