Quase 4.500 voos foram cancelados em todo o mundo no Natal e milhares foram adiados devido à variante Ômicron do coronavírus, informou o site Flightaware.
De acordo com o portal, às 7h20min (4h20min de Brasília) deste sábado (25) já haviam sido cancelados ao menos 2 mil voos em todo o mundo, incluindo 700 com origem o destino a aeroportos dos Estados Unidos. Outros 2 mil foram suspensos na sexta-feira (24).
Na quinta-feira (23), o número de cancelamentos chegou a 2.231, conforme o site, que prevê mais de 600 voos cancelados no domingo (26).
Muitas companhias aéreas procuradas pela AFP mencionaram como causa do problema a nova onda da pandemia, que afeta em particular as tripulações. Pilotos, comissários de bordo e outros funcionários relataram que estavam doentes ou precisaram entrar em quarentena, o que obrigou muitas empresas a cancelar voos durante um dos períodos de pico das viagens do ano.
A maioria dos voos foi programada antes do surto de Ômicron, variante que está se espalhando em grande velocidade e é mais contagiosa do que as anteriores.
De acordo com o Flightaware, a United Airlines teve que cancelar 200 voos na sexta-feira e sábado, o correspondente a 10% das viagens programadas. "O pico de casos de Ômicron em todo país esta semana teve um impacto direto nas nossas tripulações e nas pessoas que dirigem nossas operações", afirmou a empresa em um comunicado, no qual afirma que busca soluções para os passageiros afetados.
Já a Delta cancelou 260 voos no sábado e 170 na sexta-feira, por causa da Ômicron e, em menor medida, devido a condições climáticas adversas. Onze voos da Alaska Airlines foram cancelados, depois que alguns de seus funcionários relataram terem sido "potencialmente expostos ao vírus" e tiveram que iniciar um confinamento.
As empresas chinesas representaram o maior número de cancelamentos: a China Eastern cancelou 480 voos, mais de 20% das viagens programadas, enquanto a Air China cancelou 15% dos voos.
Frustração
Os cancelamentos adicionaram frustração à pandemia porque impediram os encontros de muitas famílias no Natal, depois que o feriado em 2020 foi muito prejudicado pela crise sanitária causada pelo covid.
Segundo estimativas da Associação Automobilística Americana (AAA), mais de 109 milhões de americanos devem deixar sua área de residência de avião, trem ou carro, entre 23 de dezembro e 2 de janeiro, um aumento de 34% em relação ao ano passado.
Mas a maioria dos planos de férias e reuniões familiares foi feito antes do surgimento da variante Ômicron, que se tornou dominante nos Estados Unidos, sobrecarregando alguns hospitais e profissionais de saúde.