O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comunicou nesta segunda-feira (28) com o chefe do Executivo colombiano, Iván Duque, para lhe oferecer "apoio para enfrentar (...) ações terroristas" após o atentado que seu helicóptero sofreu na sexta-feira (25) perto da fronteira com Venezuela.
Foi a primeira ligação entre os dois líderes desde que Biden assumiu o cargo, em janeiro deste ano, de acordo com a presidência colombiana.
O Ministério da Defesa afirma que por trás dos tiros recebidos estão guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e rebeldes que se marginalizaram do pacto de paz assinado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Os dois grupos disputam com organizações de origem paramilitar os milhares de hectares de coca plantados na região, uma importante etapa do contrabando para a Venezuela.
O ELN e os dissidentes também são acusados pelo governo Duque de detonar um carro-bomba 10 dias antes em uma unidade militar em Cúcuta, principal cidade da fronteira, onde soldados americanos apoiavam a luta contra o narcotráfico. O FBI está participando da investigação para encontrar os responsáveis pelo ataque que deixou 36 feridos. O ELN negou envolvimento no ataque.
Na conversa telefônica, Biden também expressou "preocupação com a situação na Venezuela e seu impacto regional e destacou a importância de buscar um consenso internacional para eleições livres e justas" no país, segundo a presidência da Colômbia, em nota.
Colombianos e os Estados Unidos estão liderando os esforços na região para afastar Nicolás Maduro do poder no país. Ambos o consideram "um ditador" e reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente. Apesar de compartilhar uma fronteira porosa de 2,2 mil quilômetros, a Colômbia e a Venezuela não mantêm relações diplomáticas desde fevereiro de 2019.
O êxodo venezuelano, o segundo maior do mundo depois da Síria, atingiu com força o país colombiano, principal destinatário dos 5,6 milhões de migrantes que fugiram de uma profunda crise econômica em seu país desde 2015.
O governo Duque lançou este ano um ambicioso plano para regularizar cerca de um milhão dos 1,8 milhão de venezuelanos que estão em seu território.
Durante a ligação, Biden também anunciou a doação de 2,5 milhões de vacinas da Janssen para os colombianos, enquanto o país sul-americano passa por uma onda agressiva de infecções que especialistas associam aos protestos antigovernamentais que cercam Duque desde 28 de abril.
