O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cumpriu algumas promessas importantes em seus primeiros cem dias na presidência, incluindo um épico esforço para tirar o país do pesadelo da covid-19.
Mas algumas dores de cabeça esperam por ele daqui em diante.
Aqui estão algumas grandes conquistas e três áreas em que ainda há trabalho a ser feito.
Feitos em andamento
1. Vacinações contra covid: diante da pandemia que atingiu os Estados Unidos, Biden prometeu um plano de vacinação massivo. E está cumprindo.
Na semana passada, comemorou 200 milhões de doses aplicadas e a forte queda nas mortes por coronavírus.
2. Estímulo econômico: Biden pressionou por um pacote de resgate de quase US$ 2 trilhões para uma economia atingida por mais de um ano de restrições pela pandemia.
Embora os democratas controlem o Congresso, sua margem de manobra é estreita e o presidente teve de negociar muito para aprovar seu plano de resgate, que é popular entre os eleitores, de acordo com as pesquisas.
3. Reformular a política externa: a prioridade de Biden era desfazer o que ele considera o dano irresponsável de seu antecessor, Donald Trump, às alianças tradicionais dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, foi seu primeiro convidado internacional à Casa Branca, um sinal de que Washington pretende fortalecer seus laços com a Ásia.
De acordo com a Casa Branca, a primeira viagem internacional de Biden será à Europa, para as cúpulas do G7, da Otan e da União Europeia, em junho. A aliança transatlântica, criticada por Trump, está de volta.
Com Biden, os Estados Unidos também voltaram ao Acordo de Paris para o clima; pretendem retomar o acordo nuclear com o Irã; e também agendou uma data para a retirada definitiva das tropas no Afeganistão: 11 de setembro.
Pendentes
1. Trabalhar com o Congresso: Biden prometeu o bipartidarismo, mas até agora trabalhou com uma minúscula maioria de democratas no Legislativo. Isso lança dúvidas sobre seus próximos projetos: uma reforma da infraestrutura, reformas sobre a brutalidade policial e a imigração.
As eleições para o Congresso no próximo ano podem acabar com a vantagem dos democratas na Casa.
2. Imigração: Biden prometeu uma abordagem mais humanitária aos imigrantes sem documentos, em substituição à postura dura de Trump, focada principalmente nas barreiras físicas.
Porém o novo governo não estava bem preparado para o aumento repentino de migrantes, principalmente da América Central, para a fronteira sul. Os abrigos lotados de crianças desacompanhadas deram munição aos críticos republicanos e, ao mesmo tempo, incomodaram os seguidores de Biden.
E essa ida e volta confusa quanto a suas promessas de aumentar o número de refugiados admitidos nos Estados Unidos alimentou a sensação de desordem.
3. Problemas de política externa: embora Biden tenha agido rapidamente para consertar os laços com os aliados, seus planos para lidar com seus adversários continuam sendo uma tarefa em andamento.
E ele ainda não tinha enfrentado uma crise real. China, Irã, Coreia do Norte e Rússia podem apresentar uma a qualquer momento.