Nos últimos cinco meses, os europeus comemoraram aliviados o fim do confinamento para conter a disseminação do coronavírus, que levou milhares à morte no continente no primeiro semestre. Praias lotadas, encontros em cafés e restaurantes e a volta do turismo deram sensação de normalidade na primavera e no verão. Até agora.
A pandemia voltou a se agravar na Europa, que ultrapassou 10 milhões de casos na sexta-feira (30), em uma segunda onda que obriga autoridades a reforçar as restrições à circulação. Veja as medidas que cada país adotou para conter a disseminação da doença:
Irlanda
Foi o primeiro país a retomar o lockdown, em 21 de outubro. Segundo o primeiro-ministro, Micheal Martin, as restrições devem valer por seis semanas, mas as escolas continuam abertas. Todos os estabelecimentos comerciais não essenciais estão fechados. Bares e restaurantes só podem vender comida para levar. Os irlandeses só podem sair de casa para fazer exercícios em um raio de cinco quilômetros ao redor de suas residências, sob pena de multa.
Espanha
Declarou um segundo estado de emergência nacional em 25 de outubro, impondo um toque de recolher em todo o país, exceto nas Ilhas Canárias, entre 23h e 6h. As medidas foram anunciadas em discurso televisionado pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Itália
Impôs novas medidas de restrição à circulação de pessoas nos últimos dias. Um decreto estabeleceu o fechamento de academias, piscinas e cinemas por pelo menos um mês, a contar de 26 de outubro. Bares e restaurantes só podem servir até as 18h.
Alemanha
Anunciou na quarta-feira (28) o fechamento de restaurantes, de instituições culturais e do setor de lazer a partir da próxima segunda-feira (2) até o final de novembro. Reuniões podem ter no máximo 10 pessoas de duas famílias diferentes. No entanto, escolas e lojas podem permanecer abertas. Todas as competições esportivas profissionais serão realizadas a portas fechadas, incluindo o Campeonato Alemão de futebol (Bundesliga), enquanto os esportes amadores estão proibidos.
França
As novas restrições começaram na sexta-feira (30) e devem durar até 1º de dezembro. Não estão permitidas viagens entre regiões do país, e bares e restaurantes foram fechados, mas escolas permanecem abertas. Um auxílio mensal de até 10 mil euros estará disponível para negócios afetados e para a manutenção de empregos.
Inglaterra
O governo de Boris Johnson anunciou, nesta sexta-feira (30), novas restrições locais para evitar um confinamento nacional. A região de Nottingham, no centro da Inglaterra, passou para o nível "muito alto" (o maior na escala de três) de alerta sanitário. Seus 830 mil habitantes não podem mais se reunir com pessoas de outras residências. Bares e "pubs" que não servem comida foram obrigados a fechar as portas. A região de West Yorkshire, norte do país, sofrerá o mesmo destino a partir de segunda-feira (2), o que elevará para 11 milhões - dos 56 milhões de habitantes da Inglaterra - o número de pessoas submetidas ao maior nível de restrições. Londres e seus 9 milhões de habitantes estão no "nível alto", com a proibição de encontros em locais fechados com parentes e amigos que não moram na mesma casa.
Portugal
O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, anunciou neste sábado (31) a imposição de uma série de medidas restritivas. Entre as normas, Costa informou que estabelecimentos comerciais terão que fechar antes das 22h e restaurantes só poderão funcionar com grupos limitados a seis pessoas, até as 22h30min. Eventos e celebrações com mais de seis indivíduos serão proibidos, e as empresas terão que estabelecer um plano para o trabalho remoto. As ações entrarão em vigor para 121 municípios, que abrangem 70% da população portuguesa, incluindo a capital Lisboa.
Grécia
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou neste sábado (31) um confinamento parcial, que começará às 6h locais de terça-feira (2) e proibirá a circulação entre meia-noite e 5h. Os restaurantes, bares e pontos de lazer permanecerão fechados em Atenas e outras cidades do país. O restante da Grécia, país que registra mais de 37 mil casos de coronavírus desde fevereiro e 620 mortes, terá que obedecer a um toque de recolher noturno e ao uso obrigatório de máscaras, inclusive ao ar livre.