A União Europeia (UE) espera "um compromisso claro" do Mercosul para garantir que respeitará a seção de "desenvolvimento sustentável" do acordo comercial concluído em junho de 2019, mas ainda não assinado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (21), pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis.
— Um certo número de Estados membros e partes interessadas destacam questões sobre desenvolvimento sustentável nos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai), a adesão ao Acordo de Paris e o desmatamento, especialmente no Brasil. Devemos levar essas questões a sério e a Comissão Europeia busca um compromisso claro dos países do Mercosul — explicou Dombrovskis após um reunião com os ministros do Comércio da UE.
O ministro da Economia alemão, Peter Altmaier, cujo país ocupa atualmente a presidência rotativa da UE, indicou que havia desacordos sobre o assunto durante uma discussão informal entre os países membros na noite de domingo (20). Mas "estavam claramente dispostos a evitar qualquer divisão sobre o Mercosul e a discutir o que podemos fazer, preenchendo as lacunas, sem antecipar nem apressar as coisas", declarou.
Alcançado em 2019 após 20 anos de discussões, o acordo comercial da UE com os países do Mercosul está paralisado.
Os parlamentos austríaco e holandês, que devem ratificá-lo como todos os parlamentos europeus, rejeitaram-no em sua forma atual, e Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e França estão relutantes. Até a Alemanha, grande defensora do pacto, mudou recentemente de posição.
Isso se deve as suas consequências para os agricultores europeus, mas principalmente aos riscos que representa para o ambiente, em particular o desmatamento da Amazônia, favorecido pelo presidente Jair Bolsonaro.