Um juiz britânico determinou, nesta quinta-feira (2), "inequívoco" o reconhecimento de Juan Guaidó como "presidente interino" da Venezuela. A decisão foi feita em um julgamento sobre 31 toneladas de ouro venezuelano depositadas no Banco da Inglaterra (BoE), às quais o governo de Nicolás Maduro tem o acesso impedido.
"O governo britânico reconhece o senhor Guaidó na capacidade de presidente constitucional interino da Venezuela" e "em virtude da doutrina de 'uma única voz' o tribunal deve aceitar esta declaração como inequívoca", escreveu o juiz Nigel Teare em sua decisão.
Como passo preliminar para decidir sobre a devolução de US$ 1 bilhão em ouro venezuelano depositado no BoE, um tribunal comercial do Tribunal Superior de Londres analisava desde o dia 22 de junho quem dos dois líderes rivais o Reino Unido reconheceria como representante legal do país.
Apesar dos múltiplos esforços de Caracas, o BoE não estava respondendo ao pedido de repatriamento de mais de 30 toneladas de ouro, avaliadas em US$ 1 bilhão, que a Venezuela, como vários outros países, mantém na instituição.
País com as maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo, a Venezuela sofre uma grave crise econômica, com severa escassez de alimentos e de remédios, além do colapso no abastecimento de água e de energia elétrica, o que forçou milhões de pessoas a abandonarem o país nos últimos anos.
A existência de dois "presidentes" rivais dificulta o acesso do Executivo de Caracas aos recursos que o país tem no sistema financeiro internacional, inclusive em plena pandemia de covid-19.