O julgamento por corrupção em concessão de obra pública que tem, entre seus réus, a ex-presidente e atual vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, 67 anos, será retomado em 3 de agosto, após permanecer 140 dias suspenso devido ao coronavírus.
A decisão foi tomada pelo Tribunal Oral Federal 2, após o "resultado satisfatório" de uma prova técnica realizada ontem, segundo a resolução, assinada nesta sexta-feira (24).
As audiências serão realizadas às segundas e terças, de forma remota. O advogado de Cristina Kirchner, Carlos Beraldi, solicitou que as sessões sejam transmitidas ao vivo.
O julgamento teve início em maio do ano passado, durante a campanha eleitoral em que Cristina foi eleita vice-presidente na chapa peronista de centro-esquerda encabeçada por Alberto Fernández. Esta é a primeira causa, das nove envolvendo a vice, que chegou a julgamento oral.
Cristina Kirchner afirma que as ações contra ela foram motivadas por perseguição política e judicial durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019) e por uma inimizade pessoal do ex-juiz Claudio Bonadio, que conduziu a maioria dos casos até fevereiro passado, quando morreu.
No julgamento atual, Cristina é acusada de favorecer o empresário Lázaro Báez na concessão de 51 obras viárias na província patagônica de Santa Cruz, reduto histórico do casal Kirchner. Também é discutido o superfaturamento e descumprimento de contrato nessas concessões. Báez está preso desde abril de 2016.