Nas últimas 24 horass, a Espanha registrou seu pior saldo de vítimas desde o início da pandemia: 514 novas mortes por coronavírus. Conforme informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (24), o total de óbitos no país pela doença agora é de 2.696.
Segundo país mais afetado na Europa, atrás apenas da Itália, a Espanha tem 39.673 casos diagnosticados oficialmente, um aumento de 20% em relação à segunda-feira (23). As autoridades estão tentando, atualmente, estender a realização dos testes.
O diretor de emergências de saúde, Fernando Simón, afirmou que "estamos esperando" para ver se, com as medidas de confinamento quase total da população, o país atinge o pico de infecções e o número de casos começa a reduzir.
— Felizmente, temos cada vez mais curados em relação ao número total de mortes — disse Simon.
O sistema de saúde, dizimado com o contágio de 5,4 mil profissionais, continua sob grande pressão, alertou Simón. Ele afirmou que a situação deve piorar à medida que novos pacientes que necessitam de hospitalizações se juntam aos hospitalizados.
A região de Madri continua a ser a mais afetada pela pandemia, com 31% das infecções (12.352 casos) e 57% das mortes (1.535), onde a saturação dos serviços funerários levou as autoridades a habilitá-lo como necrotério. a pista de gelo de um shopping center.
— Não temos capacidade logística para realizar enterros e cremações na proporção em que as mortes estão ocorrendo — explicou o prefeito de Madri, José Luis Martínez-Almeida, à televisão pública TVE.
De acordo com o chefe da equipe de defesa, Miguel Ángel Villarroya, o exército segue desinfetando lares de idosos. Foram 179 residências beneficiadas na segunda-feira, e outras 92 estão planejadas para esta terça.
Villarroya confirmou que em algumas casas os militares encontraram os idosos mortos. Sem fornecer mais informações, informou que a promotoria espanhola abriu uma investigação na segunda-feira.
Para interromper a epidemia, o governo espanhol declarou quarentena em 14 de março, levando ao confinamento quase total da população. O Conselho de Ministros espera estender a medida até pelo menos 11 de abril. Os 46 milhões de habitantes só podem deixar suas casas para ir trabalhar se não puderem fazê-lo em casa ou para realizar atividades essenciais, como comprar alimentos ou remédios.