A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, ficará no poder até a realização das novas eleições gerais no país. O mandato, que inicialmente iria até a próxima quarta-feira (22), foi estendido até 3 de maio. A senadora assumiu o governo em novembro de 2019, após a renúncia de Evo Morales.
A prorrogação dos mandatos abarca também governadores, parlamentares federais, legisladores regionais, prefeitos e vereadores. Os magistrados do Tribunal Constitucional da Bolívia entenderam que "o vazio iminente que poderia ocorrer" a partir do dia 22 deste mês, teria o efeito de "fratura do Estado de direito constitucional" — o que colocaria em risco a validade dos fundamentos constitucionais.
As eleições gerais na Bolívia foram realizadas no dia 20 de outubro do ano passado e, após uma apuração na qual houve suspeita de fraude, foi anunciada a vitória de Evo Morales em primeiro turno.
No dia 10 de novembro, depois de três semanas de protestos nas ruas e pressionado pelas Forças Armadas, o então mandatário renunciou ao cargo e pediu asilo político no México.
Também renunciaram o vice-presidente Álvaro García Linera, o presidente da Câmara de Deputados, Víctor Borda, e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra. Após a renuncia de Morales, Áñez, que era a segunda vice-presidente do Senado, assumiu a presidência interina em 12 de novembro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou uma auditoria que apontou graves irregularidades e fraudes no processo eleitoral que reelegeu Morales para o quarto mandato presidencial. Atualmente, o ex-presidente boliviano está na Argentina, com status de asilado.