O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou nesta sexta-feira (3) que o general iraniano Qasem Soleimani preparava uma "ação importante" que ameaçava "centenas de vidas americanas". A informação foi divulgada pela agência de notícias AFP.
— Estava ativamente tramando na região para tomar ações, uma ação importante, como ele mesmo descreveu, que teria colocado dezenas, ou centenas, de vidas americanas em perigo. Sabemos que era iminente — disse Pompeo ao canal CNN, sem revelar detalhes sobre a suposta operação planejada.
Soleimani, considerado homem-chave da influência iraniana no Oriente Médio, foi morto em um bombardeio norte-americano ordenado pelo presidente Donald Trump na noite desta quinta-feira (2) em Bagdá, Iraque. Além dele, seis pessoas morreram, entre elas um líder paramilitar iraquiano Abu Mehdi al-Muhandis.
Após o ataque, a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá — que na terça-feira (31) foi alvo de um ataque por uma multidão pró-Irã — recomendou a seus cidadãos que deixem o Iraque "imediatamente".
Reação
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdel Mahdi, afirmou nesta sexta-feira que o ataque norte-americano vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque". Abu Mehdi al-Muhandis era o número dois da Hashd Al Shaabi, coalizão de paramilitares pró-Irã integrada ao Estado.
"O assassinato de um comandante militar iraquiano que ocupava um posto oficial é uma agressão contra o Iraque, seu Estado, seu governo e seu povo", afirmou Abdel Mahdi em um comunicado.
Já no Irã, o guia supremo aiatolá Ali Khamenei se comprometeu a "vingar" a morte de Soleimani e decretou três dias de luto nacional no país. Além disso, a população saiu às ruas da capital Teerã para protestar contra "crimes" dos Estados Unidos.
"O martírio é a recompensa por seu trabalho incansável durante todos estes anos (...) Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá em sua conta no Twitter.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, condenou a ação e exigiu que os Estados Unidos sejam responsabilizados por todas as consequências de seu aventureirismo político.
"O ato dos EUA de terrorismo internacional, localizando e assassinando o general Soleimani – a força mais efetiva no combate a Daesh (Estado Islâmico), Al Nusrah, Al Qaeda e outros – é extremamente perigoso e tolo", afirmou Zarif em seu perfil no Twitter.