John Bolton, o ex-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, disse nesta segunda-feira (6) que está disposto a depor, se for convocado pelo Senado dos Estados Unidos, durante o julgamento político do presidente Donald Trump no processo de impeachment.
Os democratas acreditam que o ex-assessor, que deixou seu posto em setembro de 2019, tem conhecimento direto que sustentaria as acusações de abuso de poder e de obstrução do Congresso que a Câmara Baixa apresentou contra o presidente.
No entanto, até agora o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, disse que não deseja chamar testemunhas para participar do julgamento, que deve ocorrer neste mês.
— Com base em cuidadosa consideração e estudo, concluí que se o Senado emitir uma intimação para apresente meu testemunho, estou preparado para depor — disse Bolton em comunicado.
O ex-conselheiro, considerado um "falcão" em Washington por sua linha dura com Coreia do Norte, Cuba e Venezuela, é um dos quatro funcionários do governo Trump que os democratas querem como testemunhas.
A Câmara dos Representantes acusou Trump de pedir à Ucrânia para investigar um de seus possíveis rivais nas eleições presidenciais de 2020, o ex-vice-presidente Joe Biden, e exercer pressão para alcançar seu objetivo de congelar a ajuda militar crucial para esse país do Leste Europeu, em conflito com separatistas pró-Rússia.
Já a Casa Branca proclamou seu privilégio executivo para impedir quatro funcionários - além de Bolton, o chefe de gabinete, Mick Mulvaney, o assistente de Trump Robert Blair e o funcionário do Escritório e Administração Michael Duffey — deponham durante a investigação parlamentar.
Se eles forem forçados a testemunhar durante o julgamento no Senado, os republicanos temem que possam fornecer provas prejudiciais contra o presidente, aumentando o risco de ele ser considerado culpado e de a Câmara Alta votar sua destituição.
Além da disposição de Bolton de dar seu depoimento, uma intimação e eventual declaração não podiam ser dadas como garantidas.
Os republicanos têm uma maioria de 53 a 47 no Senado, e muitos desses parlamentares devem apoiar Trump no julgamento.