O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu desculpas neste domingo (3) por não ter realizado o Brexit em 31 de outubro.
Johnson chegou ao poder em julho com a promessa de retirar o Reino Unido da União Europeia (UE), a qualquer custo, no final de outubro, e refutava a solicitação de uma terceira extensão. No entanto, já que o acordo não foi aprovado pelo parlamento britânico, foi forçado a ceder e pedir o adiamento até 31 de janeiro.
O líder conservador expressou seu "profundo pesar" diante das câmeras da Sky News e defendeu seu acordo, que tem sido criticado pelo aliado americano Donald Trump e pelo rival Nigel Farage, chefe do partido do Brexit. Trump disse na quinta-feira (31) à rádio britânica LBC que o texto não permitia a conclusão de um "acordo comercial com o Reino Unido".
— Não desejo denegrir o presidente (americano), mas, nesse caso, comete um erro evidente. Qualquer pessoa que olhar para esse acordo pode verificar que é um excelente —respondeu Johnson.
Por sua vez, Farage pediu que ele abandonasse seu acordo e se juntasse a ele em uma aliança em favor de um divórcio franco com a UE o que o premiê rejeitou. Farage anunciou neste domingo que não será candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições e que fará campanha contra o acordo de Johnson.
O Partido Conservador lidera as pesquisas com 39% das intenções de voto. Principal nome da oposição, o Partido Trabalhista, subiu seis pontos nas pesquisas, passando para 27% nas intenções de voto, de acordo com uma pesquisa do YouGov para o jornal The Sunday Times. Se chegarem ao poder, os trabalhistas pretendem renegociar o acordo de saída da UE.
Os liberais-democratas, determinados a anular o Brexit, têm 16% das intenções de voto, de acordo com o YouGov, enquanto o apoio ao Partido do Brexit caiu de 13% para 7%.