O ministro da Defesa da Bolívia, Javier Zabaleta, confirmou nesta quarta-feira (31) que ao menos duas pessoas morreram em Santa Cruz, no leste do país, em confrontos entre opositores e partidários do presidente Evo Morales. A onda de protestos aumentou no país contra a polêmica reeleição de Morales.
— O certo é que se perderam vidas humanas e isto é irreparável — disse Zabaleta ao canal PAT sobre informações da imprensa de Santa Cruz de que duas pessoas morreram em confrontos na localidade de Montero.
O jornal El Deber, o principal de Santa Cruz, identificou as vítimas como dois homens, de 48 e 60 anos, mortos por disparos de armas de fogo. Um médico da clínica de Montero, Gerardo Paniagua, disse ao jornal La Razón que "ambos faleceram com as mesmas características (...), com armas do mesmo calibre".
O presidente do opositor comitê civil de Montero, Regis Medina, que convocou uma greve contra a eleição de Morales, confirmou as duas mortes. Grupos civis e o candidato derrotado Carlos Mesa convocaram protestos contra a vitória de Morales para um quarto mandato, até 2025.
Para superar a crise, o presidente autorizou a Organização dos Estados Americanos (OEA) a realizar uma auditoria das eleições e propôs ao candidato opositor, na terça-feira, que se junte ao processo.
— O pior de tudo isto é que se nós, os políticos, não buscarmos uma solução, o que ocorreu hoje em Montero vai se repetir em outros lugares do país —advertiu Zabaleta.